Paulo Guedes defende nova CPMF em reforma tributária

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (21) que o governo tem intenções de fazer um imposto sobre movimentações financeiras, como uma nova CPMF, na reforma tributária. Para ele, a medida ajudaria a compensar a contribuição sobre as folhas de pagamentos.

“O próprio imposto sobre transações foi usado e apoiado por todos os economistas brasileiros no governo FHC. Ele tem uma capacidade de tributação muito rápida e muito intensa. Ele põe dinheiro no caixa rápido, e se ele for baixinho ele não distorce tanto”, destacou Guedes, depois de uma reunião com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, sobre uma possível volta da CPMF na reforma tributária.

No Congresso, há duas propostas de reforma tributária. Caso o executivo entregue outro, será o terceiro texto a tramitar pelo Congresso. De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, a ideia é juntar os três textos para chegar a um acordo.

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“Nossa urgência está limitada a um bom diálogo. O governo encaminhando, começamos novamente o debate na comissão”, afirmou Maia.

O texto do governo deve apresentar a junção de três impostos federais, como foi dito anteriormente por Jair Bolsonaro. Além disso, algumas mudanças no Imposto de Renda também devem ser encontradas na proposta do Executivo.

Nova CPMF na reforma tributária

Uma tributação nos moldes da antiga CPMF está causando contradições nos debates sobre a reforma tributária. Isso porque o presidente da República já afirmou que é contra a ideia. Entretanto, membros do governo, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendem o imposto sobre transações financeiras.

“Podemos propor uma desoneração forte da folha de pagamentos a troco da entrada desse imposto. Se a classe política achar que as distorções causadas pelo imposto são piores que os 30 milhões de desempregados sem carteira que tem aí, eles decidem”, disse Guedes.

Veja também: Itaú considera imposto sobre transações financeiras com “muitos problemas” 

Bolsonaro vai contra a declaração de Guedes

O presidente Jair Bolsonaro afirmou novamente que seu governo não apoia a volta de uma Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). De acordo com o mandatário, o imposto na reforma tributária seria uma “derrota por antecedência” no Congresso.

“Quem entrar nessa de imposto sobre cheque está pedindo para ser derrotado por antecedência. Entra em campo perdendo por três a zero”, afirmou Bolsonaro, sobre uma nova CPMF.

O presidente, porém, disse que sua equipe econômica está com foco nos impostos federais. “Vai ser feito nessa linha. O resto, o Parlamento vai decidir”, afirmou Bolsonaro sobre a reforma tributária.

Juliano Passaro

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