Paulo Guedes quer congelar salários de servidores públicos por dois anos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende congelar os salários de servidores públicos pelos próximos dois anos, em razão do avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo ele, no entanto, o corte na remuneração de servidores federais está descartada.
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Em teleconferência com deputados do DEM no último domingo (5), Paulo Guedes afirmou que um corte de salários poderia gerar uma deflação na economia. O ministro, então, disse que a redução de gastos públicos com o congelamento de salários seria a mesma do corte de salários, mas sem causar uma deflação.
Guedes disse que o setor público precisa dar o exemplo, portanto, seria necessário “congelar os salários durante dois anos”. A equipe econômica chegou a levantar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cortaria cerca de 25% do salário dos servidores, com um corte da jornada de trabalho proporcional. O presidente Jair Bolsonaro, todavia, não aceita tratar do tema, segundo Guedes.
Na conversa com os deputados, o chefe da pasta econômica disse que estima que a crise econômica ocasionada pelo coronavírus dure “três ou quatro meses”. Entretanto, o ministro disse que esse período turbulento não pode ser transformada “numa crise de três ou quatro anos”, por isso defendeu o progresso das reformas estruturantes.
Guedes afirmou que não quer ver este ano como um “grande arrombamento”, mas garantiu que será gasto o necessário para conter o avanço da doença sobre a população brasileira.
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De acordo com o Ministério da Economia, já foram anunciados pelo governo R$ 224 bilhões em estímulos à economia para o combate ao vírus. Para a pasta, esse valor, acrescido de uma queda na receita federal, irá gerar um impacto de R$ 419 bilhões nos cofres públicos neste ano, proporcional a aproximadamente 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) alcançado em 2019.
Esse montante não inclui a possibilidade do aumento do limite de endividamento de prefeituras e estados, o qual Paulo Guedes se mostra favorável. Em 2020, estados e municípios estão autorizados a contrair R$ 8,4 bilhões em empréstimos federais, sendo que R$ 4,5 bilhões com garantias federais e R$ 3,9 bilhões sem garantia.