Paulo Guedes diz ver com ‘absoluta serenidade’ a desaceleração global

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em entrevista com jornalistas nesta segunda-feira (9), que vê com “absoluta serenidade” o cenário internacional conturbado. A desaceleração econômica paira sobre as maiores economias do mundo, devido à ‘guerra de preços’ do petróleo entre a OPEP e a Rússia, temor pela disseminação do coronavírus (Covid-19) e tombo das bolsas internacionais.

“Absoluta serenidade. A crise lá fora está se aprofundando, o mundo já estava em desaceleração sincronizada. Aí vem o coronavírus, que acelerou a queda. O mundo está realmente em um momento crítico, o coronavírus está sendo só a gota-d’água”, disse Paulo Guedes.

O chefe da pasta econômica disse, entretanto, que o Brasil vai na direção contrária, com a economia começando a se recuperar. “O Brasil está em plena recuperação”, disse, completando que a melhor resposta ao cenário de crise é o avanço das reformas. “Se fizermos as coisas certas, o Brasil reacelera.”

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Quando questionado sobre a disparada do dólar, o ministro voltou a dizer que o novo cenário do País agora é de juros mais baixos e câmbio “numa faixa mais alta”. No entanto, reitera que o “câmbio é flutuante”.

Acerca da possibilidade de venda de reservas pelo Banco Central (BC), disse entender como possível, mas que essa seria uma decisão da autoridade monetária central.

“Se as reformas avançam e as pessoas estão tentando comprar dólar, acredito que o BC vá vender [reservas]. Mas se as reformas não avançam e aí não tem fundamentos a favor, a incerteza continua. Mas isso é um problema do BC”, disse

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Na manhã desta segunda-feira, logo na abertura do mercado, o BC vendeu um lote integral de US$ 3 bilhões no mercado à vista de câmbio. A oferta foi superior à anunciada na última sexta-feira (6), a qual leiloaria US$ 1 bilhão.

A autoridade monetária pode usar swaps cambiais, linhas de liquidez e operações definitivas em dólar como instrumentos de intervenção na cotação da moeda norte-americana.

Paulo Guedes relembrou que, quando o preço do petróleo subiu, todo mundo disse “greve dos caminhoneiros, terrível, inflação vai voltar”. “Aí o preço do petróleo cai e todo mundo vai falar o quê agora?”, afirmou. De acordo com o ministro, o País poderá ser o país que transformou a crise em reaceleração do crescimento econômico e criação de empregos em um mundo com “sérios problemas”.

Jader Lazarini

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