Em entrevista ao jornal Financial Times, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou os bancos brasileiros e disse que eles estão “tentando afetar” a eleição presidencial de 2022, na qual o presidente Jair Bolsonaro deve tentar um segundo mandato.
Na opinião de Paulo Guedes, as sucessivas previsões dos bancos, em que indicam um cenário desafiador para o Brasil, com a perspectiva de juros altos que inibem o crescimento econômico estão erradas ou são por militância política.
“É claro que os bancos estão errados. Ou estão errados ou são politicamente militantes. Eles estão tentando afetar a eleição… Eles ainda não aceitaram a eleição de Bolsonaro”, afirmou o ministro da Economia ao jornal, conforme mostra matéria publicada na última terça-feira (23).
Guedes acredita ser provável que o Brasil tenha algum crescimento no próximo ano, com uma inflação resilientes, enquanto os bancos já indicam recessão e inflação mais baixa.
Paulo Guedes reiterou ao Financial Times que os críticos à sua gestão econômica têm errado consistentemente suas previsões. “Vamos voltar a surpreender o mundo”, disse ele, pouco depois de regressar de uma missão comercial e de investimentos ao Golfo Pérsico.
“Não estou me gabando do Brasil, estou apenas dizendo que vocês sempre nos subestimaram”, mostra a matéria do jornal inglês.
Guedes critica análise da The Economist sobre economia do país
Segundo Paulo Guedes, a análise feita pela revista The Economist sobre o desempenho do governo brasileiro está errada. “A revista está errando todas”, resumiu. Em reportagem sobre o País, a revista inglesa disse que o presidente Jair Bolsonaro é “nocivo à economia do Brasil”.
“Eles estão errando todas sobre o Brasil”, afirmou o ministro, durante sua passagem pela Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Para Guedes, a publicação já espalhou previsões que se mostraram exageradas do Fundo Monetário Internacional, sobre o impacto do novo coronavírus na economia brasileira. “Falaram que o Brasil ia cair 10% (na pandemia), caiu 4%, que a Inglaterra ia cair 4%, caiu 10%. A The Economist está liderando as previsões para o buraco”.
O ministro disse ainda que a revista deveria “olhar para o próprio umbigo”, para os problemas internos da Inglaterra, como desabastecimento de carne e filas em postos de combustíveis.
“A Economist deveria olhar um pouquinho para o próprio umbigo, lá para dentro da Inglaterra que está em maus lençóis”, disse Guedes. “E cá para nós, estamos indo muito melhor que eles (ingleses).”
Para a publicação, uma das mais prestigiadas sobre economia no mundo, Guedes e Bolsonaro “conduzem o País não apenas a um retorno à incontinência fiscal, como também a outras mazelas econômicas que têm castigado o Brasil: aumento da inflação, altas taxas de juros e baixo crescimento”.
A reportagem considera que Paulo Guedes apoia uma “dissimulada tentativa de contornar o limite constitucional para gastos públicos”.
Com informações de Estadão Conteúdo.