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Patrimônio liquido de Fiagros dobra em 12 meses: é hora de investir?

Fiagros

Fiagros - Foto: Pixabay

O patrimônio líquido dos fundos de investimento em cadeias agroindustriais (Fiagros) dobrou entre outubro deste ano e o mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Segundo a associação, o patrimônio desta classe de ativos passou de R$ 20 bilhões, no ano passado, para R$ 40,9 bilhões. O crescimento ocorre mesmo em meio a um cenário turbulento para o agronegócio brasileiro, marcado por dificuldades financeiras de empresas do segmento, como a gigante AgroGalaxy (AGXY3).

Apesar do ano turbulento, esses fundos seguem atraindo atenção dos investidores, com destaque para os Fiagros do tipo fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC). Somente em outubro, essa categoria registrou uma captação líquida de R$ 59,9 milhões, concentrando a maior parte dos aportes no mês, conforme o levantamento da Anbima.

Em um cenário de juros altos, os FIDCs podem se tornar uma alternativa estratégica para os investidores, visto que os direitos creditórios podem ser corrigidos justamente pela taxa Selic ou por índices de inflação.

É hora de investir em Fiagros?

Além dos FIDCs, o mercado de crédito, como um todo, pode se beneficiar do avanço da taxa Selic.

A alta dos juros pode ser atrativa para os Fiagros com exposição aos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), por exemplo, porque esses títulos costumam oferecer remunerações atreladas a índices como o CDI ou o IPCA, acrescidos de um prêmio. Em um cenário de juros elevados, essas taxas de retorno aumentam, tornando os CRAs mais rentáveis para os investidores.

Dessa forma, os Fiagros que possuem exposição à títulos de dívida ou CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) podem apresentar oportunidades atrativas no próximo ano, em meio às perspectivas de política monetária agressiva para conter as pressões inflacionárias.

“Em relação aos impactos da alta da Selic e, consequentemente, do CDI no fundo, destaca-se um efeito positivo. Isso se deve ao fato de que 90,57% da carteira está atrelada ao CDI. Após a conclusão das alocações da quarta emissão, prevista para dezembro, a taxa ponderada dos CRAs será de CDI+3,67%. Assim, o aumento do CDI poderá resultar em um maior rendimento distribuído aos investidores”, destaca o relatório gerencial de novembro do SNAG11, Fiagro da Suno Asset.

A exposição aos CRAs e FIDCs também é uma característica do AZ Quest Sole FIAGRO FII (AAZQ11) e do AZ Quest Luna FIAGRO FII (AZQA11), Fiagros geridos pela AZ Quest.

Em outubro, o AAZQ11 encerrou o mês com aproximadamente 99% de alocação em ativos do agronegócio, sendo 66,7% de exposição a CRAs e 31,7% em FIDCs. Além disso, o fundo se destacou ainda pelo pagamento de dividendos robustos.

“Em outubro, a distribuição de dividendos aos investidores foi de R$ 0,0950 por cota, representando um dividend yield ao mês de 1,42% e ao ano de 16,76%, equivalente a 157% do CDI”, destaca o relatório gerencial da AZ Quest.

Vale ressaltar que essa matéria não consiste em uma recomendação de compra ou venda de Fiagros. O texto visa apenas contextualizar alguns dos impactos da alta dos juros para o segmento. Todas as decisões de investimentos devem ser realizadas com análises cuidadosas e com base no perfil de cada investidor.

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