Passageiros da All Nippon Airways (ANA), a principal empresa do setor aéreo do Japão, compraram lugares na 1ª classe por uma pechincha sem precedentes. A viagem tinha como percurso mais de 14.500 km e iria de Jacarta, na Indonésia, com escala em Tóquio e Nova York, até o Caribe, ida e volta. O preço na cabine mais luxuosa e cara da aérea japonesa saiu por US$ 890 (o equivalente a R$ 4495), 20 vezes menos que o habitual (cerca de R$ 90 mil). As informações são do portal Bloomberg Línea.
O desconto colossal na 1ª classe ocorreu por falha do site da ANA. A empresa, lembra a reportagem da Bloomberg, cometeu um erro por causa da conversão de moedas.
Usuários do site da ANA que compraram passagens na classe executiva também conseguiram descontos inacreditáveis – em vez de desembolsar US$ 10.000 (ou quase R$ 50 mil), só foram cobrados “poucas centenas de dólares”.
A japonesa ANA é tida como a quarta melhor do mundo. A empresa atribuiu o erro no desconto de milhares de dólares a um equívoco do seu site na Indonésia – uma falha provocada por um bug.
Não foram informados quantos passageiros foram contemplados com o descontaço. A ANA comunicou que não iria impedir essas pessoas de viajar – mas que, a partir da descoberta da falha, quem conseguisse comprar com o desconto não poderia voar.
As passagens da 1ª classe também davam direito a voltar à Ásia, para Cingapura ou Bali. A Bloomberg conversou com turistas que conseguiram descontos por erro no site para outros destinos. Um deles foi de classe executiva para o Havaí pelo equivalente a R$ 2177 – quando o preço correto vale pouco mais de R$ 41 300.
“Vilã da passagem aérea”: CEO da Azul (AZUL4) critica política de preços da Petrobras (PETR4)
Enquanto passageiros da aérea japonesa fazem a festa com descontos gigantes causados por erros em sites, no Brasil a briga é por descontos reais. O presidente-executivo da Azul (AZUL4), John Rodgerson, disse que a política de preços da Petrobras (PETR4) é a principal responsável pelos valores atuais das tarifas aéreas. Em entrevista à Folha de São Paulo, o executivo apontou o aumento de 112% do preço do combustível para aviação (QAV).
Questionado se a Azul busca reduzir o valor das passagens aéreas, Rodgerson destacou que as tarifas da companhia visam cobrir os custos das operações. “Quero uma tarifa que cubra nossos custos. E, se nossos custos ficarem mais baratos, é mais fácil ter [passagem] mais barata”, disse à Folha.
Em seguida, o CEO da Azul comparou os resultados dos balanços da companhia aérea com os da Petrobras. Enquanto a Azul amargou um prejuízo de R$ 722 milhões em 2022, a petroleira reportou um lucro de R$ 188 bilhões.
Olhe nosso balanço e o balanço da Petrobras. Quem é o vilão da história? Olhe no ano passado quanto eles ganharam e quanto eu perdi.
Política de preços da Petrobras
O CEO da Azul destacou que o querosene de aviação (QAV) aumentou 112% desde o início da pandemia. “Estou sendo cobrado porque cobro o preço da passagem. As pessoas não estão vendo que o preço do combustível dobrou para nós. Mas o custo da Petrobras dobrou? Não dobrou”, afirmou
Além disso, o executivo apontou que o preço de paridade de importação (PPI) da Petrobras, que inclui taxas portuárias e custos logísticos, torna o preço do QAV mais elevado. Com isso, as operações da aérea transferem parte desse valor para as passagens.
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