Passado um final de ano fraco para o varejo, com desempenhos abaixo do esperado na Black Friday e Natal, o setor – principalmente o alimentar – deve se concentrar na Páscoa, considerada a sexta data comemorativa mais relevante do calendário do segmento. A ocasião pode gerar vendas superiores aos R$ 3 bilhões em 2024.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) antecipa um volume total de vendido de R$ 3,4 bilhões durante a Páscoa de 2024, alta de 4,5% em relação à 2023, já descontada a inflação do período. A previsão indica o quarto ano seguido de crescimento de vendas, atingindo um patamar recorde de faturamento.
No geral, a Genial Investimentos acredita que a Páscoa tem o potencial de impulsionar o faturamento do setor de varejo tanto por maiores volumes de venda quando pelo preço do itens típicos – dado o aumento de itens da cesta nos últimos 12 meses.
Em relação aos maiores volumes de vendas na Páscoa, a casa espera um aumento em termos de volume em relação à 2023, frente a melhores condições financeiras das famílias. Segundo dados do IBGE, o Brasil encerrou o ano passado com a menor taxa de desemprego média desde 2014, lembra a corretora.
“Em nossa visão, a melhora dos indicadores de emprego, aliada a uma inflação “sob controle”, redução do custo de crédito e menor comprometimento da renda das famílias, geram um ambiente mais favorável para o consumo de itens festivos”, escrevem os analistas Nina Mirazon, Iago Souza e Vinicius Esteves.
Já em relação ao preço dos itens típicos de Páscoa, a Genial recorda que com o recente aumento de preço da categoria alimentar, o segmento passou de um cenário de deflação alimentar (-0,52% a/a em dezembro de 2023) para uma inflação de 1,8% a/a em fevereiro de 2024, o que pode encarecê-los em 5,7% este ano.
“Entendemos que a variação anual deve ser a mais suave em quatro anos, em função de um nível recorde de importações de produtos, queda de preços internacionais e valorização do real ante o dólar”, acrescenta.
A Genial lembra que o domingo de Páscoa de 2024 será no último dia de março, diferente dos últimos anos quando o feriado ocorreu nas primeiras semanas de abril. “Apesar de esperarmos maiores volumes de vendas no período, entendemos que esse efeito calendário pode impactar nosso cenário base de expectativa para o período, uma vez que, no geral, os trabalhadores recebem o salário até o 5º dia útil do mês de abril”, finaliza a casa.