Diante das paralisações nas rodovias iniciadas neste domingo (30). por parte de apoiadores de Jair Bolsonaro, o país deve começar a sentir os impactos em diversos setores. O bloqueio aconteceu após a eleição de Lula como novo presidente da República.
Desde a noite do último domingo, apoiadores de Bolsonaro bloquearam — parcialmente ou totalmente — rodovias pelo Brasil. Entre os manifestantes, estão caminhoneiros.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, nesta terça-feira (1º), os supermercados passaram a enfrentar dificuldades de abastecimento.
Galassi solicitou apoio a Bolsonaro sobre as “dificuldades de abastecimento que já começam a enfrentar os supermercadistas em função da paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país”.
Os setores de combustíveis, saúde e proteína animal devem sentir os impactos das paralisações nas rodovias.
De acordo com uma fonte do setor consultada pelo Estadão/Broadcast, poderá haver redução no ritmo de abates por conta da dificuldade da chegada de lotes de animais nas plantas frigoríficas.
Conforme indicado pela rádio CBN, o Sindicato dos Postos de Combustíveis do Distrito Federal alertou para os reflexos das manifestações. A entidade cita que alguns postos de combustíveis reajustaram os preços. Ainda há outros postos que podem enfrentar desabastecimento.
Em meio a este cenário, existe a preocupação de que as entregas de remédios sejam afetadas.
Ministro do STF chama as paralisações nas rodovias de “movimento ilegal”
Em despacho nesta terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reforçou a autorização, pelos governadores de Estados, à utilização de tropas militares.
O objetivo é de começar a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que ilicitamente estejam com seu trânsito interrompido”.
Alexandre de Moraes denominou as paralisações nas rodovias como “movimento ilegal”. O ministro ainda citou que as informações obtidas até o momento indicam a existência de “risco à segurança pública em todo o território nacional”.
Em decisão tomada nesta terça, o ministro autoriza a prisão em flagrante de pessoas que tenham utilizado caminhões para impedir o trânsito nas rodovias. Alexandre de Moraes ainda definiu a aplicação de uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Em nota divulgada no começo desta terça-feira (1º), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que já foram desfeitas 288 manifestações.
Na manhã desta terça, policiais rodoviários federais chegaram a usar spray de pimenta para que fosse liberado um sentido da BR-101, em Parnamirim (RN). Essa rodovia tinha sido interditada, nos dois sentidos, na noite desta segunda-feira (31).