Paralisação de oleoduto nos EUA gera temor de escassez de combustíveis
A paralisação do oleoduto Colonial, um dos maiores dos Estados Unidos e o mais importante da Costa Leste, após um ataque cibernético gera medo nas autoridades americanas – o receio é de que o preço da gasolina chegue a sua máxima em sete anos. As informações são da Bloomberg.
Fornecedores se movimentam para evitar a escassez. Comerciantes e transportadores buscam navios para entregar a gasolina que, normalmente, viria do oleoduto parado. Outras empresas contrataram tanques para armazenar temporariamente a gasolina proveniente da região da Costa do Golfo.
O oleoduto Colonial está parado desde sexta-feira (7), após a ocorrência de um ataque hacker que afetou alguns dos seus sistemas de tecnologia da informação. A empresa responsável pela operação da infraestrutura afirmou estar trabalhando para restaurar as operações.
Paralisação de oleoduto se dá em meio à alta temporada
A interrupção gera temor por vir próxima ao início do verão, época em que, normalmente, as famílias americanas mais viajam. Com a pandemia da covid-19 se encaminhando para o fim no país, com o governo esperando encerrar a campanha de vacinação até meados de julho, o esperado é que a movimentação deste ano seja ainda maior, fruto de uma demanda represada.
Uma interrupção prolongada do sistema de gasoduto em meio a essa época, com maior demanda e menor oferta, ameaça elevar o preço médio nacional do galão acima dos US$ 3 pela primeira vez desde 2014. Na última sexta-feira, a média nacional estava em US$ 2,96. Em situação normal, as autoridades esperavam que o preço da gasolina ficasse estável ao menos até o final de maio.
A alta do preço da gasolina gera ainda mais preocupação por vir junto com a recuperação do pós-pandemia e com os estímulos econômicos, que já estão trazendo inflação.
O oleoduto de Colonial tem capacidade para transportar cerca de 2,5 milhões de barris por dia entre o Texas e a Carolina do Norte e outros 900 mil barris para Nova York.
O estado de Atlanta deve ser o primeiro grande impactado pela interrupção do fornecimento do oleoduto. Outras regiões como o Tennessee e as duas Carolinas também estão sob ameaça. O Nordeste, onde fica Nova York, pode se manter, momentaneamente, com o combustível oriundo da Europa, mas, com o passar dos dias, isso deve ficar mais caro.
O ataque ao oleoduto parece ter sido realizado por um grupo chamado DarkSide e envolve um ransomware: nesses casos, os invasores semeiam softwares maliciosos na rede e criptografam dados essenciais para a realização das operações, cobrando pela liberação das informações, espécie de taxa de extorsão. Se confirmado, esse será o maior ataque do tipo a um oleoduto nos Estados Unidos.
