Para impedir que Argentina e Brasil tenham benefícios na exportação de carnes à União Europeia, o Paraguai solicita uma divisão igual da cota de 99 mil toneladas, que o bloco do Mercosul terá direito de exportar para a UE.
A solicitação foi feita pelo presidente da Associação Rural do Paraguai (ARP), Luis Villasanti. O pedido foi feito durante uma entrevista na última quarta-feira (17). O Paraguai teme que sua exportação para UE seja enfraquecida.
Villasanti destacou a importância da divisão equivalente entre os países do bloco.”É preciso que a negociação interna do Mercosul seja igualitária, para evitar que Brasil e Argentina saiam beneficiados, em detrimento do Uruguai e do Paraguai”, disse.
O Mercosul fará mais reuniões entre os países para poder decidir trâmites como este das cotas de exportação para a União Europeia. Os produtos em pauta são:
- Carne
- Arroz
- Açúcar
O acordo de livre-comércio com a UE ainda não está em funcionamento, pois necessita da autorização de todos os países presentes nele para ser ratificado.
As mudanças feitas na questão dos produtos agrícolas e industriais serão graduais e não instantâneas.
A indústria de carne bovina do Paraguai configura 12,6% do PIB do país. Além disso, ela conta com aproximadamente 400 mil empregados. Villasanti assegurou, também, que os produtores de seu país já estão configurados aos parâmetros fitossanitários exigidos pela União Europeia no tratado.
Mercosul x UE
O Mercosul e a União Europeia fecharam as negociações para o acordo de livre-comércio entre os dois blocos no dia 28 de junho.
Os ministros do Mercosul e da UE estavam conversando sobre o possível acordo, em Bruxelas, capital da Bélgica, no dia anterior ao fechamento do tratado.
Veja também: Mercosul pretende aplicar provisoriamente acordo com UE, segundo Uruguai
O pacto comercial inclui serviços, investimentos, bens e compras governamentais. O acordo que estava em pauta há 20 anos foi oficializado nesta sexta.
Em 2018, o Brasil exportou US$ 42 bilhões aos países da UE. Sendo assim, eles são o segundo maior mercado para os brasileiros no mundo, ficando apenas atrás da China.
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