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Para Casa Branca, alta da inflação nos EUA é temporária; Fed fala em intervenção

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Dólar cotação. Foto: Gerd Altmann, por Pixabay.

Após o salto na inflação dos Estados Unidos em abril, o governo norte-americano manteve a avaliação de que a alta nos preços é temporária. Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz da Carta Branca, Jen Psaki, afirmou que o avanço do indicador é resultado da transição que o país vive, da crise gerada pela pandemia de covid-19 para a retomada econômica.

Segundo Psaki, o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, se preparou para essa alta da inflação. “Continuamos consistentemente monitorando a inflação”, garantiu.

O argumento da Casa Branca de que a alta dos preços é transitória é o mesmo usado pela maioria dos dirigentes do Federal Reserve, o banco central norte-americano.

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No mês passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,8% na comparação com março e 4,2% em relação a igual período do ano passado. A previsão era de avanço de 0,2% e 3,6%, respectivamente.

O núcleo da inflação, por sua vez, teve alta mensal de 0,9% e anual de 3,0%. Nesse caso, a estimativa indicava ganho de 0,3% e 2,3%, respectivamente.

Fed afirma que pode intervir se inflação continuar a avançar

Apesar das falas da equipe de Biden, o vice-presidente do Fed, Richard Clarida afirmou em entrevista que, embora espere que a alta recente na inflação nos Estados Unidos seja fruto de fatores transitórios, reagirá aos dados conforme eles sejam divulgados.

Durante evento virtual da National Association for Business Economics (Nabe), o dirigente disse que ficará “bastante atento” às várias medidas de expectativas de inflação no médio prazo e que, caso elas sofram uma desancoragem, existe o compromisso do banco central de usar os instrumentos disponíveis para acertar o rumo dos preços rumo à meta de longo prazo de 2%.

   

Clarida comentou que a reabertura da economia tem colocado “certa pressão” sobre os preços, com a retomada global afetando preços de commodities, por exemplo.

Conforme os negócios reabrem, “haverá certos desequilíbrios”, previu, notando ainda que gargalos entre a oferta e a demanda podem pressionar a inflação mais do que o esperado.

O dirigente disse haver riscos de baixa à economia, como novas cepas da covid-19, eventualmente resistentes a vacinas, e mesmo o ritmo da vacinação pelo mundo. Há ainda uma “demanda contida considerável”, enquanto os EUA continuam com apoio fiscal.

Após ter admitido que ficou um tanto “surpreso” com o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA de hoje, ele comentou que este era “apenas um dado”, como o payroll (dado de emprego) abaixo do esperado em abril. “Vamos separar o que é transitório do que não é e garantir inflação na meta”, afirmou, dizendo-se também “surpreso” com geração de vagas mais modesta do que sua previsão no mês passado. O mercado de trabalho americano ainda está em “um buraco fundo” e levará algum tempo para se recuperar, avaliou.

Para reduzir suas compras de bônus, o Fed deseja ver “progresso substancial” rumo a suas metas para o emprego e a inflação, disse Clarida. Segundo ele, no cenário-base a economia dos EUA pode crescer “6% ou 7%”. Ele ainda se disse favorável a “investimento inteligente em infraestrutura”, que poderia impulsionar a produtividade do país.

(Com Estadão Conteúdo)

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