O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), rejeitou por unanimidade, nesta quinta-feira (20), a nova proposta do bilionário colombiano Jaime Gilinski para aquisição de 51% das ações da companhia no Grupo Éxito.
Os conselheiros do Pão de Açúcar recusaram a nova oferta de Gilinski, no total de US$ 586,5 milhões, por entenderem que o preço não atende parâmetros adequados de razoabilidade financeira para uma transação visando uma participação de controle – e por isso não interessa ao GPA e seus acionistas.
“Além disso, os termos da nova oferta, conforme apresentado, não oferecem elementos suficientes no sentido de assegurar ao Conselho de Administração quanto ao caráter vinculante da nova oferta e à expectativa razoável de conclusão de uma transação que dela derive”, afirma o Pão de Açúcar em nota sobre a oferta pela Éxito.
No comunicado, o conselho de administração do GPA ainda listou requisitos, que, dado o estágio avançado do processo de segregação de ativos, deveriam ser seguidos em uma potencial oferta.
Entre eles, está o contrato definitivo de compra e venda, incluindo não solicitação de obrigações de indenização a acionistas do Éxito que não sejam aquelas estritamente estabelecidas pela lei e breakup fee – valor a ser pago em caso de desistência -, “representando percentual razoável do preço a ser proposto”.
O conselho do Pão de Açúcar ainda aponta outros pontos para a rejeição da oferta do empresário colombiano, como apresentação de evidência de funding pelo comprador para o valor total proposto, pré-avaliação da natureza do potencial processo de análise antitruste, cronograma de implementação da transação e compromisso em apoiar o GPA em quaisquer alternativas que eventualmente sejam decididas com relação a sua participação remanescente no Éxito.
“Importante ressaltar que a segregação dos negócios do GPA e do Éxito continua em evolução, estando pendente apenas a declaração de efetividade do Form 20-F do Éxito pela U.S. Securities and Exchange Commission e a obtenção das aprovações regulatórias das autoridades colombianas para sua conclusão”, conclui o Pão de Açúcar.
Hoje, as ações do Pão de Açúcar tiveram alta de 1,69%, cotadas em R$ 21,7
Cotação PCAR3
Pão de Açúcar: bilionário da Colômbia fez proposta pelo controle do Éxito na terça (18)
Na última terça-feira (18), o Pão de Açúcar informou que recebeu uma nova oferta do investidor e bilionário Jaime Gilinski pelas ações do Êxito, rede de supermercados da Colômbia. A nova proposta gira em torno de US$ 586 milhões, totalizando 51% do capital social do Êxito.
Segundo o Pão de Açúcar, a nova oferta pelo Éxito não foi solicitada ou negociada previamente com a administração da empresa.
No mês de junho, Gilinski já havia feito uma proposta referente à aquisição de 96,52% do Éxito por US$ 836 milhões de dólares, porém o Conselho de Administração do GPA recusou o pedido.
Em junho, Pão de Açúcar recebeu outra oferta pelo colombiano Éxito
Em junho, o Êxito teria recebido uma oferta do grupo chileno Cencosud. Na época, a proposta ao GPA fez disparar as ações da companhia no Ibovespa.
O interesse vem seguido de duas prévias tentativas de compra do Éxito pelo Cenconsud, em 2016 e 2021, mas ambas não evoluíram. O empresário colombiano, Jaime Gilisnki, também quis comprar 96% do GPA no Êxito.
Entretanto, a oferta foi recusada pelos dirigentes do GPA sob a justificativa de que estavam fazendo um valuation muito baixo da empresa. Mesmo com uma aumento de US$ 150 milhões na oferta por Gilinski, de acordo com o La Republica, o grupo continuou contra a oferta.
Nas condições mencionadas, caso a oferta do Grupo Gilinski fosse aprovada, o empresário estaria no controle das mais de 200 marcas do Grupo Éxito – entre artigos de casa, têxteis e alimentos, além de 17 centros comerciais.
Atualmente, o GPA detém 96.5% das ações do Éxito, sendo os outros 3,48% flutuantes para acionistas minoritários.
GPA reportou prejuízo de R$ 248 milhões no 1T23
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) apresentou prejuízo líquido de R$ 248 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Com o número divulgado em seu balanço, a companhia reverteu lucro de R$ 1,3 bilhão registrado um ano antes.
Já o Ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] ajustado do Pão de Açúcar no 1T23 foi de R$ 224 milhões, queda de 0,1% ante o mesmo período de 2022.
As margens da empresa também caíram. A margem bruta cedeu 2,5 pontos porcentuais (pp), para 24,4%. Já a margem Ebitda caiu 1,5 pp, para 6%.
Apesar das quedas nos indicadores acima, a receita líquida do Pão de Açúcar no 1T23 foi de R$ 4,5 bilhões, alta de 15% na comparação com os três primeiros meses de 2022.