O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) negou que exista um movimento de venda de participação na empresa por parte dos acionistas. A declaração foi dada em comunicado ao mercado divulgado nesta terça-feira (22). Os rumores eram de que o Grupo Casino, controlador da companhia, estaria em vias de vender sua parte na companhia.
“O Grupo Pão de Açúcar, em vista da notícia divulgada pelo Estadão/Broadcast, sob o título ‘Grupo Francês Casino Contrata Banco para Venda de Participação no GPA’, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral, após inquirir os seus administradores e acionista controlador, que nenhum banco foi contratado e que não há processo de venda em curso”, diz o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O anúncio se dá após o jornal O Estado de S. Paulo noticiar uma possível venda da fatia societária do Grupo Casino com auxílio do Banco BR Partners (BRBI11) – que estreou na bolsa ainda nesta segunda (21), mesmo dia em que o GPA viu suas ações subirem mais de 10% com a notícia. Já no pregão desta terça (22), há queda de 0,82% por volta das 11h.
A fatia do grupo francês é de 41% no GPA, que possui um valor de mercado de cerca de R$ 4 bilhões. A venda foi noticiada recentemente, com impulso de uma informação do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, que informou que Michael Klein estaria interessado na compra.
Klein, por sua vez, é filho do fundador das Casas Bahia e atual acionista da Via (VVAR3). Além disso, também é rival e ex-sócio de Abílio Diniz, cuja família fundou o Pão de Açúcar.
Abílio deixou a companhia em 2013, após um conflito severo com o Grupo Casino e o seu controlador, o empresário Jean-Charles Naouri.
Venda do Pão de Açúcar poderia “destravar valor”, segundo a XP
Com a notícia recente, a XP Investimentos analisou que o desinvestimento na companhia poderia “destravar o valor para os acionistas”. Por outro lado, em virtude de a operação se dar em um contexto de desafios, a recomendação neutra foi mantida pela corretora.
Um dos principais pontos desse movimento é a venda da Cnova, segunda maior marketplace da França, que teve aumento de capital recente por meio das empresas GreenYellow e da Cdiscount, sendo a segunda a subsidiária direta da mesma. O GPA, atualmente, detém 34,1% do capital social da Cnova.
“Nós vemos desafios para que sua venda [Cnova] seja concretizada no curto prazo dado que a companhia tem enfrentado um cenário competitivo mais duro, liderado pela Amazon, o que tem prejudicado seu perspectiva de crescimento (receita estável em 2020). Além disso, o fato relevante com mais informações sobre seu aumento de capital indica um foco em levantar €300 milhões (oferta primária) com uma venda secundária, que envolveria a participação de 34% do GPA, colocada como possível e dependente das condições de mercado”, ressalta a XP sobre o case do Pão de Açúcar.