Pão de Açúcar (PCAR3) dispara 6% e UBS enxerga upside de 140%
Após a confirmação de que estudos para a venda da participação do Pão de Açúcar (PCAR3) na Cnova estão em curso, as ações da companhia tem forte alta de 6%. O movimento da queridinha do mercado nas últimas semanas tem justificativa palpável para o UBS: as ações podem valer R$ 95, um upside de pouco mais de 140% sobre a cotação atual.
De acordo com a instituição suíça, caso a participação de 34,17% do Pão de Açúcar na plataforma de e-commerce de França seja alienada, a criação de valor para o longo prazo é “potencialmente alta”.
Segundo um fato relevante divulgado pela companhia, o negócio “tem como objetivo habilitar o Cdiscount [subsidiária da Cnova] a acelerar seu plano de crescimento”, o que pode acabar levando a uma oferta secundária de ações detidas pelo Grupo
O UBS disse em relatório que ainda existem pontos a serem esclarecidos no comunicado divulgado pelo Casino, controlador do GPA, e que as estimativas de meta de preço estão em revisão, mas a recomendação continua sendo de compra para as ações. A companhia prevê que o lucro por ação (LPA) deva crescer 38,5% entre 2020 e o estimado para 2022.
Segundo especialistas, a participação do Pão de Açúcar na Cnova é avaliada em R$ 6 bilhões. Quando atingiu seu menor patamar após a cisão do Assaí (ASAI3), no início de março, o valor de mercado do GPA ficou próximo de R$ 5 bilhões. Desde então, as ações já subiram mais de 82%.
Expectativa já está no preço do Pão de Açúcar, diz XP
Por outro lado, há quem diga que o papel já andou muito, na frente dos fundamentos e das expectativas futuras. Para a XP, a possibilidade de venda da participação da Cnova já está embutida no preço do Pão de Açúcar.
Para a corretora brasileira, o preço-alvo dos papéis do Pão de Açúcar é de R$ 39 (elevação em comparação ao target anterior de R$ 28), e a recomendação é neutra. “Apesar de acreditarmos que a transação pode destravar um valor adicional para o GPA, os preços atuais já refletem uma probabilidade de 40% que a transação irá ocorrer enquanto vemos desafios para que ela seja concretizada no curto prazo.”
A mesma visão cautelosa é compartilhada pelo Goldman Sachs. A indicação é neutra para os papéis, mas com preço-alvo de R$ 24, o que perfaz um downside de quase 40%.
Entre os riscos para o negócio, o GS entende que um choque potencial de inflação no preço dos alimentos pode pesar sobre os números da companhia, além de que aumento de concorrência e desafios de execução sempre fazem parte do negócio.
Por volta das 11h20 desta terça-feira, as ações do Pão de Açúcar eram negociadas a cerca de R$ 39. O valor de mercado da companhia na B3 é de R$ 10,4 bilhões.