O Pão de Açúcar (PCAR3) informou que seu controlador, o Casino, está avaliando “operações de mercado” para a Cnova, segundo maior e-commerce da França. O Casino pode realizar um aumento de capital na companhia, com uma oferta secundária de ações (alienando uma fatia da empresa), “desde que não perca o controle da subsidiária”.
A operação aconteceria sobre o Cdiscount, subsidiária da Cnova, na qual o Pão de Açúcar possui 34,17% do capital social. A companhia disse que o negócio “tem como objetivo habilitar o Cdiscount a acelerar seu plano de crescimento e pode também incluir uma oferta secundária de ações detidas pelo Grupo”.
O Conselho de Administração do GPA recebeu a informação de maneira positiva, segundo o fato relevante divulgado, e reitera que os estudos do controlador têm como base a “excelente performance operacional da subsidiária, assim como o forte potencial de crescimento do Cdiscount e o ambiente favorável do mercado de capitais”.
Uma decisão do Casino sobre a Cnova é ansiosamente aguardada pelos investidores do Pão de Açúcar, que poderiam observar um “destravamento de valor” da companhia.
Venda traria ‘valor justo’ do Pão de Açúcar
Segundo especialistas, a participação do GPA na plataforma de e-commerce é avaliada em R$ 6 bilhões. Antes definida como “entrada de liquidez”, segundo a XP em relatório divulgado no fim do mês passado, agora a alienação da participação pode ajudar a precificação do “valor justo” do Pão de Açúcar.
Antes do anúncio, o Pão de Açúcar subiu 9,79% na Bolsa brasileira, negociado a R$ 37. Os papéis da empresa apresentam franca recuperação após tombarem de R$ 68 para R$ 21 com a cisão do Assaí (ASAI3), no início de março.
“Esse movimento é bastante aguardado pelos acionistas do Pão de Açúcar, uma vez que seria uma possibilidade — através de uma oferta secundária — de que a companhia destrave valor com uma potencial venda parcial ou total do ativo. Por conta disso, o movimento de alta de quase 10%, no pregão é normal já que seria algo bem visto pelo mercado e benéfico para os acionistas”, diz em comentário a Ativa Investimentos.