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Pão de Açúcar (PCAR3): com prejuízo bilionário no 3T23, ações disparam 8%. O que explica a alta?

GPA (PCAR3)

GPA (PCAR3). Foto: Divulgação.

As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) disparam nesta terça-feira (31) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice, com o mercado repercutindo os resultados do terceiro trimestre divulgados pela companhia na véspera, que vieram em linha com o esperado pelos analistas de mercado.

O Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,295 bilhão no terceiro trimestre de 2023, um valor quase quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2022. O número inclui o resultado das operações descontinuadas, principalmente dos hipermercados e o Grupo Éxito.

Sem o Éxito, a empresa teve um lucro líquido consolidado de R$ 809 milhões, uma variação de 452% ante os R$ 229 milhões de prejuízo no terceiro trimestre do ano passado.

No fechamento, as ações ordinárias de Pão de Açúcar (PCAR3) dispararam 8,38%, cotadas a R$ 3,62. O Ibovespa fechou em alta de 0,54%, aos 113.597,32 pontos.

Cotação PCAR3

Gráfico gerado em: 31/10/2023
1 Dia

Em relatório, o BTG Pactual avaliou que os resultados do GPA mostraram uma tendência de melhora nas operações brasileiras, enquanto o processo de desalavancagem permanece como principal ponto de atenção. Essa tendência de recuperação no 3T23 foi observada por analistas e investidores.

“Apesar do (gradual) processo de desalavancagem, vemos menos espaço para a empresa expandir a sua área de vendas e margens no Brasil (abaixo dos níveis históricos), tornando-se uma opção mais arriscada do que outros varejistas de alimentos em nosso universo de cobertura”, disseram os analistas Luiz Guanais, Pedro Lima e Gabriel Disselli.

O BTG tem classificação ‘neutra’ para as ações PCAR3, com preço-alvo a R$ 7,00.

Para a XP, o balanço do Pão de Açúcar veio em linha com o esperado, mas com sólida performance de vendas mesmas lojas, melhora da rentabilidade – apesar do prejuízo pressionado pela alta alavancagem.

A XP tem recomendação ‘neutra’ para as ações ordinárias do GPA, com preço alvo a R$ 5,00.

Já o Santander pontuou que o GPA apresentou um trimestre sequencial de melhorias operacionais, impulsionado por um aumento nos volumes que mais do que compensou as atuais tendências de deflação alimentar.

O banco também pontuou que a receita do Pão de Açúcar no 3T23 atendeu às estimativas e a empresa apresentou melhorias sequenciais de rentabilidade, apesar da alta alavancagem financeira.

“Apesar de uma perda líquida, notamos que a rentabilidade parece estar no caminho da recuperação, e que o ciclo de conversão de caixa melhorou, impulsionado por melhores condições dos fornecedores”, afirmaram os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

O Santander tem recomendação ‘neutra’ para as ações PCAR3, com preço-alvo a R$ 5,70.

Pão de Açúcar (PCAR3): com Éxito, prejuízo consolidado sobe quase quatro vezes mais no 3T23 e chega a R$ 1,295 bi

O Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,295 bilhão no terceiro trimestre de 2023, um valor quase quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2022. O número inclui o resultado das operações descontinuadas, principalmente dos hipermercados e o Grupo Éxito.

Sem o Éxito, a empresa teve um lucro líquido consolidado de R$ 809 milhões, uma variação de 452% ante os R$ 229 milhões de prejuízo no terceiro trimestre do ano passado.

A respeito da diferença no lucro líquido continuado do Pão de Açúcar, a empresa afirma que ele foi impactado por efeito não caixa pela reversão do provisionamento de R$ 804 milhões de prejuízos acumulados do perímetro internacional (Cnova). Se excluído esse efeito, o lucro líquido continuado do Pão de Açúcar seria de R$ 5 milhões.

Ebitda do Pão de Açúcar (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 1,137 bilhão, uma alta de 478% em relação a um ano antes. Se contar apenas a operação do Novo GPA Brasil e excluir impactos do Cnova, o Ebitda é de R$ 333 milhões, alta anual de 32,1%. Já a receita líquida cresceu 9,7% ante o terceiro trimestre de 2022 e fechou em R$ 4,742 bilhões.

As margens da companhia aumentaram. A margem bruta cresceu 1,3 ponto porcentual(pp), para 25,1%. Já a margem Ebitda ajustada consolidada teve alta de 19,4 pp, para 24,0% e a margem Ebitda somente do GPA Brasil foi de 7%, uma alta de 1,2 pp.

Na bandeira Pão de Açúcar, as vendas mesmas lojas (SSS) subiram 7,2% ante o terceiro trimestre de 2022. Segundo o GPA, o crescimento foi impulsionado pelo volume, já que houve forte deflação em alguns itens alimentares. A categoria de perecíveis foi o destaque, especialmente pela venda de frutas, verduras, legumes e açougue.

Pão de Açúcar: recuperação da rentabilidade das lojas convertidas

No formato de Proximidade, houve crescimento de 7,7%, impulsionado pela boa performance das novas lojas. Na bandeira Extra Mercado, também houve crescimento de vendas mesmas lojas de 2,5%.

No início de agosto, a empresa concluiu as conversões das lojas das bandeiras Compre Bem para Extra Mercado. Neste trimestre, a empresa disse já ter observado uma recuperação da rentabilidade das lojas convertidas, com baixo investimento e apoio dos principais fornecedores.

dívida líquida do Pão de Açúcar atingiu R$ 3 bilhões, uma redução de R$ 500 milhões em comparação com o ano anterior, com diminuição de 0,5 vez da alavancagem. A posição de caixa no fim do trimestre foi de R$ 3 bilhões, correspondente a 2,1 vezes a dívida de curto prazo da empresa.

A empresa ainda inaugurou 20 lojas neste terceiro trimestre, das 49 abertas no ano. No quarto trimestre, a expectativa é abrir mais uma loja Pão de Açúcar, na cidade de Itu, em São Paulo.

Com informações de Estadão Conteúdo

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