O Pão de Açúcar (PCAR3) deve apresentar mais um trimestre de melhora operacional, destaca a Genial Investimento, que recomenda compra das ações. De acordo com os analistas da corretora, o maior fluxo de clientes e a categoria de perecíveis vão melhorar a rentabilidade da companhia.
Segundo a Genial, o GPA deve ter um trimestre de maior faturamento, com destaque no maior SSS (vendas na mesma loja) entre os pares, registrando alta de 7%.
Comparando, o Grupo Mateus (GMAT3) deve ter uma alta de SSS em 5%, enquanto nomes fortes do setor como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) podem apresentar o indicador negativo.
Os analistas destacam três fatores que impulsionam os grupo Pão de Açúcar:
- Desinflação de carne e frango
- Ajuste de exposição aos sortimentos da categoria frutas, legumes e verduras
- Fluxo retomando a supermercado premium
Outro ponto citado pela casa é a alavancagem financeira, que pode ser reduzida substancialmente em 2024. No entanto, os analistas ainda são cautelosos sobre dois pontos: o impacto dos benefícios fiscais para empresa e o aumento da provisão para contingências trabalhistas.
Neste contexto, a Genial recomenda a compra das ações do Pão de Açúcar, com preço-alvo de R$ 5, um upside de 43%.
Pão de Açúcar: processo de desalavancagem está bem encaminhado, aponta Genial
Um dos pontos que deixam os investidores cautelosos quanto ao PCAR3 é a alavancagem. No final do segundo trimestre, a empresa estava alavancada com uma relação dívida líquida/Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 7 vezes.
De acordo com a Genial, a estimativa é de que o GPA encerre 2024 com uma alavancagem consideravelmente menor. Para isso, a casa destaca as vendas de ativos do Pão de Açúcar já realizadas que devem reduzir em R$ 5,20 bilhões a posição da dívida.
“Considerando uma margem EBITDA de 7,5% ao final de 2024 (fruto das iniciativas em execução), estimamos que a alavancagem financeira pode reduzir de 7,6x para cerca 3,5x”, diz a Genial.
Um efeito negativo dessa alavancagem é que as despesas financeiras eliminam todos os ganhos operacionais realizados nos últimos trimestres pela companhia, diz a Genial.
GPA receberá mais de US$ 150 milhões com fatia do Éxito
O Casino Guichard-Perrachon anunciou a venda do Grupo Éxito, da Colômbia, para o Grupo Calleja, de El Salvador. A participação de 34% do grupo francês varejista na rede de supermercados colombiana será transferida por US$ 400 milhões.
A transação inclui a venda da fatia de 13,3% que o Pão de Açúcar (PCAR3), controlado pelo Casino, detém no Éxito, por US$ 156 milhões.
Segundo o pré-acordo aprovado pelo Casino na última sexta-feira (13), o pagamento será feito à vista. O Grupo Calleja é líder no setor de supermercados em El Salvador, com a marca Super Selectos, e também investe nos setores imobiliário, de tecnologia e de energia.
A venda do Éxito faz parte da reestruturação financeira do Casino, que anunciou um acordo com credores no início do mês.
Os investidores do Éxito receberão US$ 0,9053 por ação no acordo, que avalia a cadeia de supermercados colombiana em US$ 1,2 bilhão. Espera-se que a transação seja concluída próximo ao final de 2023.
O acordo é resultado de meses de negociações e ocorre duas semanas depois que o grupo varejista francês assinou um acordo com credores para reestruturar o balanço patrimonial.
Pão de Açúcar: grupo veem adotando iniciativas para impulsionar lucratividade, dizem analistas
Em relatório de agosto, a equipe do BTG indica que cinco iniciativas estratégicas merecem destaque no processo de recuperação do Pão de Açúcar. Entre elas estão:
- Foco em produtos perecíveis, com retorno para preço mais premium
- Maior oferta digital
- Expansão em relação a base de lojas
- Lucratividade com margens comerciais mais elevadas
As renegociações com fornecedores, assim como iniciativas para melhorar quebras de estoque e reduzir despesas corporativas, fazem com que a empresa tenha a perspectiva de atingir uma margem de Ebitda de 8 a 9% até 2024, estima o BTG.
De acordo com analistas, a previsão é de 50 aberturas de lojas entre 2024 e 2027, resultando em uma CAGR (taxa de crescimento anual composto) de área de vendas de 3% durante o mesmo período.
Além disso, a receita líquida deve crescer 7,7% ao ano de 2023 a 2027, com uma expansão de SSS (Vendas nas mesmas lojas) de 5,7%.
Desempenho anual das ações do Pão de Açúcar
Cotação PCAR3