Pão de Açúcar (PCAR3): controlador Casino fecha acordo preliminar com consórcio de bilionário tcheco

O Pão de Açúcar (PCAR3) divulgou, nesta sexta-feira (28), que o grupo varejista Casino Guichard-Perrachon entrou em um acordo preliminar com o consórcio liderado pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky, o EP Global Commerce, Fimalac e Attestor, além de outros credores, para fortalecimento de caixa e reestruturação de sua dívida financeira.

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Segundo o Pão de Açúcar, o acordo preliminar com o consórcio foi aprovado pelo conselho de administração do Casino por unanimidade e prevê que os envolvidos deverão celebrar um acordo definitivo durante o mês de setembro de 2023.

“O acordo definitivo será efetivado por meio de um procedimento acelerado de salvaguarda a ser solicitado na França em outubro de 2023, com data de efetiva e completa implementação durante o primeiro trimestre de 2024, sendo que os acionistas do Casino serão materialmente diluídos e o atual controlador de Casino (Rallye) perderá seu controle”, informa o comunicado do Pão de Açúcar.

Além disso, no acordo consta que o Casino prevê a venda de ativos non-core do Casino, incluindo os ativos localizados na região da América Latina (Latam) e manter a sua posição atual, direta e indiretamente, de 98% das ações e do capital votante na Cnova N.V.

Pão de Açúcar: conflito de interesses com Casino impediu venda do Éxito, diz coluna

A aceitação da proposta de venda do Éxito pelo Pão de Açúcar, realizada pelo banqueiro colombiano Jaime Gilinski, não atenderia plenamente os interesses do Grupo Casino, controlador francês da varejista, segundo apuração da Coluna do Broadcast.

De acordo com a publicação, se a venda do Éxito acontecesse hoje, a parte que cabe ao Casino ficaria presa na varejista, o que atrapalharia o grupo francês, que procura ter acesso mais rápido a esse recurso. Vale lembrar que o Casino possui uma dívida de curto prazo de mais de 4 bilhões de euros.

O plano, portanto, é aguardar o fim do processo de cisão do Éxito – assim, a venda levaria os recursos diretamente ao caixa do Casino.

“Ao se tornar empresa irmã, a estrutura acionária da Éxito vai ser idêntica a do GPA. O Casino quer fazer isso porque se o Pão de Açúcar vender o Éxito, o caixa vai para a varejista brasileira. Se for empresa separada, irmã do GPA, o dinheiro vai para o Casino”, disse uma fonte do Broadcast. Ou seja, a decisão de recusar a oferta agora prejudica os demais acionistas da varejista brasileira.

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Pão de Açúcar rejeita nova oferta de bilionário colombiano pelo Éxito

O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar rejeitou por unanimidade, nesta mês, a nova proposta do bilionário colombiano Jaime Gilinski para aquisição de 51% das ações da companhia no Grupo Éxito.

Os conselheiros do Pão de Açúcar recusaram a nova oferta de Gilinski, no total de US$ 586,5 milhões, por entenderem que o preço não atende parâmetros adequados de razoabilidade financeira para uma transação visando uma participação de controle – e por isso não interessa ao GPA e seus acionistas.

“Além disso, os termos da nova oferta, conforme apresentado, não oferecem elementos suficientes no sentido de assegurar ao Conselho de Administração quanto ao caráter vinculante da nova oferta e à expectativa razoável de conclusão de uma transação que dela derive”, afirma o Pão de Açúcar em nota sobre a oferta pela Éxito.

No comunicado, o conselho de administração do GPA ainda listou requisitos, que, dado o estágio avançado do processo de segregação de ativos, deveriam ser seguidos em uma potencial oferta.

Entre eles, está o contrato definitivo de compra e venda, incluindo não solicitação de obrigações de indenização a acionistas do Éxito que não sejam aquelas estritamente estabelecidas pela lei e breakup fee – valor a ser pago em caso de desistência -, “representando percentual razoável do preço a ser proposto”.

O conselho do Pão de Açúcar ainda aponta outros pontos para a rejeição da oferta do empresário colombiano, como apresentação de evidência de funding pelo comprador para o valor total proposto, pré-avaliação da natureza do potencial processo de análise antitruste, cronograma de implementação da transação e compromisso em apoiar o GPA em quaisquer alternativas que eventualmente sejam decididas com relação a sua participação remanescente no Éxito.

GPA reportou prejuízo de R$ 248 milhões no 1T23

O GPA, empresa controladora do Pão de Açúcar, reportou um prejuízo líquido de R$ 425 milhões no segundo trimestre.

O resultado do GPA mostra um aumento de 146,8% no prejuízo líquido em relação ao mesmo período de 2022, quando as perdas da companhia foram de R$ 172 milhões.

A receita líquida do GPA foi de R$ 4,755 bilhões no 2T23, o que representa uma alta de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Cotação

Hoje, as ações do Pão de Açúcar fecharam em queda de 3,1%, cotadas em R$ 20,62.

Cotação PCAR3

Gráfico gerado em: 28/07/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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