Pandemia faz turismo ter prejuízo de R$ 245,5 bi de março a novembro, diz CNC
Diante da pandemia do novo coronavírus (covid-19), o turismo registrou um prejuízo de R$ 245,5 bilhões desde o agravamento dos casos de infecção do vírus, em março deste ano. Atualmente, o setor opera com apenas 39% da sua capacidade mensal de geração de receitas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Enquanto as perdas mensais de faturamento do turismo brasileiro registraram uma alta de R$ 13,38 bilhões em março para R$ 36,94 bilhões em abril, até o pico de R$ 37,47 bilhões em maio.
Contudo, houve melhora discreta desde então, reduzindo o prejuízo nos últimos meses para:
- R$ 34,18 bilhões em junho,
- R$ 31,87 bilhões em julho,
- R$ 29,02 bilhões em agosto,
- R$ 24,98 bilhões em setembro,
- R$ 20,73 bilhões em outubro,
- R$ 16,91 bilhões em novembro.
Em meio ao novo agravamento da pandemia de covid-19 em diferentes estados brasileiros, o ritmo de perdas do turismo deve voltar a se agravar. “O setor vislumbrava melhora no início de 2021, com a possibilidade de uma vacinação, mas agora vai amargar perdas maiores”, alertou o economista Fabio Bentes, responsável pelo cálculo da CNC.
Bentes menciona a existência de incertezas e dificuldades quanto a um plano de vacinação em escala suficiente para abranger toda a população.
“Temos eventos importantes para o turismo que foram cancelados, como o carnaval no Rio e em Salvador, que são como o Natal do setor de turismo. O réveillon também foi cancelado. No primeiro trimestre de 2021, essas perdas vão aumentar, porque são eventos importantes para o setor que não acontecerão, tendo como pano de fundo um agravamento da pandemia. A situação pode piorar com esses cancelamentos, mas também por conta de medidas mais restritivas de circulação de turistas nacionais”, informou o economista da CNC.
Além disso, mais da metade do prejuízo apurado até agora pelo setor ficou concentrado nos estados de São Paulo, a R$ 88,3 bilhões e Rio de Janeiro, a R$ 36,8 bilhões. A estimativa da CNC considera o que o turismo deixou de arrecadar desde a segunda quinzena de março até o fim de novembro, tendo como base informações das pesquisas conjunturais e estruturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de séries históricas referentes aos fluxos de passageiros e aeronaves nos 16 principais aeroportos brasileiros.
Por último, a CNC prevê que o faturamento real do setor de turismo encolha 39,1% em 2020, com perspectiva de retorno ao nível pré-pandemia apenas no segundo trimestre de 2023.