A Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão na capital paulista nesta terça-feira (22) mirando contratos para a compra de respiradores pelo Governo de São Paulo, em abril de 2020, durante escalada da pandemia da Covid-19. As informações são do repórter Fausto Macedo, do jornal Estadão.
A Operação Dragão busca elementos que giram em torno da suspeita de que houve direcionamento e superfaturamento na compra de 1.280 respiradores em abril de 2020, dois meses após o primeiro caso de Covid-19 ter sido diagnosticado no Brasil.
À época, estava em vigor a lei que autorizava a compra de bens e insumos para o combate à pandemia do novo coronavírus sem a necessidade de licitação.
Os agentes da Polícia Federal cumpriram sete mandados de busca e apreensão na capital do Estado e em Porto Feliz (SP), além de Rio de Janeiro e Brasília.
São alvos os intermediários e fornecedores de equipamentos. O então secretário de Saúde do Estado, José Henrique Germann, atual assessor especial da pasta, deve prestar depoimento nos próximos dias.
‘Respiradores foram essenciais para o combate à pandemia’
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento e que irá colaborar com as investigações. Informa ainda que condena a “espetacularização da ação”.
“A compra dos respiradores foi essencial no início da pandemia e fundamental para salvar vidas, em um momento de inércia do Governo Federal, que não distribuiu equipamentos aos Estados, e alta procura no mercado internacional”, acrescenta a nota.
O comunicado diz que os 1.280 respiradores – alvos da operação da PF – são da repactuação do contrato com Hichens Harrison e que, mesmo após a Secretaria ter iniciado os trâmites para a rescisão do contrato devido ao descumprimento de prazo, foram entregues.
“A empresa conseguiu liminar na Justiça para assim proceder. A aquisição cumpriu as exigências legais e os decretos estadual e nacional de calamidade pública, e todos os esclarecimentos têm sido devidamente prestados aos órgãos de controle”, conclui sobre as compras no início da pandemia da covid-19.