Pague Menos (PGMN3) reverte lucro em prejuízo; XP vê ‘resultados fracos’
A Pague Menos (PGMN3) reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 45,3 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), conforme balanço divulgado no fim desta segunda-feira (8).
Com isso, o resultado ficou abaixo dos R$ 32 milhões de prejuízo projetados pela XP para a Pague Menos no 1T23.
“A Pague Menos divulgou resultados fracos no primeiro trimestre, com pressão na receita e margens, aliada a uma revisão da expansão para 2023”, diz a casa.
Apesar disso, a recomendação ainda é de compra para PGMN3, com preço-alvo de R$ 7.
O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 54,6 milhões, queda de 34% ante os R$ 83,4 milhões registrados um ano antes.
A Margem EBITDA Ajustada foi de 1,9%, ante 3,9% um ano antes.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 2,63 bilhões, mostrando uma alta de 33,6% ante igual etapa do ano anterior.
Já o Resultado financeiro Antes dos Tributos sobre o Lucro foi negativo em R$ 111 milhões, revertendo os R$ 14,6 milhões positivos em igual intervalo de 2022.
“Consideramos atípico o resultado operacional do trimestre em decorrência de eventos concentrados no período de mais fraca sazonalidade do ano, que tendem a ser compensados nos próximos trimestres. A partir do 2T23 projetamos inicio de normalização do ciclo de caixa, com redução importante no PME e inicio de ciclo de desalavancagem financeira, que deve contribuir para reduzir a pressão das despesas financeiras no resultado”, diz a gestão da rede de farmácias.
Rentabilidade mais apertada para PGMN3
Em seu parecer, os analistas da XP destacaram a pressão nas receitas e margens da empresa.
“Em uma base consolidada, a receita brutas cresceu 33% a/a, suportada pela integração da Extrafarma, mas com um desempenho de SSS (vendas mesmas lojas) standalone de tímidos 4,3%, principalmente impactado por uma forte base de comparação por conta da disseminação da Ômicron e influenza do ano passado e ventos contrários dos remédios antitruste para a Extrafarma e do fechamento do canal atacado”, diz a casa.
“Em relação à rentabilidade, a margem bruta caiu -0,5p.p a/a, com maior penetração digital e base de comparação, enquanto a margem EBITDA foi o ponto fraco, com queda de -1,1p.p na base anual, devido a maiores investimentos em marketing e pressões inflacionárias”, completa.
Segundo a XP, esses fatores impactaram a companhia e ocasionaram o prejuízo líquido reportado, se somando às maiores despesas financeiras com aumento das taxas de juros e antecipação de recebíveis.
Expansão mais ‘modesta’ da Pague Menos
A companhia fechou o trimestre com 1.647 lojas, sendo 4 lojas inauguradas e 3 fechamentos, mantendo um saldo positivo de somente uma loja.
Conforme planejamento, concentraremos no, primeiro semestre do ano, a alocação de capital da companhia em estoques, principalmente para abastecimento das lojas da Extrafarma. A maturação das novas safras de lojas tem avançado de forma muito positiva.
“Ao final do 1T23, totalizamos a conversão de 11 lojas da Extrafarma para a bandeira Pague Menos. O desempenho inicial das lojas migradas tem sido muito promissor, com crescimento na venda média duas vezes acima do observado no grupo controle. Estas lojas continuarão sendo consideradas como parte do portfólio Extrafarma, para fins de acompanhamento dos indicadores da integração e captura de sinergias”, diz a administração.
A Pague Menos também cortou seu guidance para 2023, de 60 aberturas de lojas para 20 aberturas, devido ao ambiente macroeconômico mais desafiador.