A pandemia de covid-19 redobrou a atenção dos brasileiros em relação aos cuidados com a saúde, mantendo a população mais próxima das farmácias – como a Pague Menos (PGMN3) e Raia Drogasil (RADL3) -, bem como contribuiu para um aumento no faturamento do setor.
Segundo levantamento do Farmácias APP, aplicativo de vendas online de saúde e beleza, houve um aumento de 53% no faturamento do varejo farmacêutico em 2021 em relação ao apurado em 2020.
Entre as categorias de medicamentos mais vendidos no último ano, os antidepressivos e reguladores de humor ficaram em primeiro lugar na lista, com 4,4% do faturamento total do mercado farmacêutico.
Os analgésicos não-narcóticos e antipiréticos aparecem na sequência, com 3,6%, seguidos de preparos para regulação de colesterol e triglicérides, com 3,3%, antiulcerosos com 2,9% e, por último, antirreumáticos sem esteroides com 2,7%.
No comparativo com 2020, as classes de medicamentos que mais cresceram em 2021 foram:
- Agentes Diagnósticos, medicamentos que auxiliam em exames, que tiveram aumento de 122,7%;
- Soluções Hospitalares, como intravenosas e dilatadores de plasma, com 101,4%;
- Antineoplásicos e Imunomoduladores, como hormônios sintéticos para tratamento de câncer, com 88,1%;
- Itens de Enfermaria e Ortopedia, com 73,8%;
- E medicamentos para o Sangue e Órgãos Hematopoiéticos, como antianêmicos e antitrombóticos, com 68,1%.
Quando analisadas as regiões do país, o Sudeste foi responsável por 48,6% do índice de compras em farmácias no ano passado. Na sequência, aparece o Nordeste, com 19,6%, seguido do Sul, com 16,3%, Centro-Oeste com 9,4% e, por último, a região Norte, com 6,0%.
A região Sul, contudo, foi a que apresentou maior crescimento no período analisado, de 61,1%. Depois vieram as regiões Norte com 56,6%, Sudeste com 55,6%, Nordeste, com 53,1%. Já o Centro-Oeste ocupa o último lugar, com 31,4%.
Por fim, no recorte por Estados, São Paulo aparece em primeiro lugar, sendo responsável por 24,7% do valor de faturamento das farmácias. Mas foi Santa Catarina que teve o maior crescimento em 2021, com um aumento de 69,8% ante 2020.
Pague Menos antevê aumento no preço de remédios
Segundo Luiz Novaes, CFO da Pague Menos, terceira maior rede de farmácias do país, o próximo reajuste médio dos medicamentos, a vigorar a partir do dia 1º de abril, pode ficar entre 10% e 12%.
À Bloomberg Línea, ele disse que o governo deve divulgar a variação exata do reajuste dias antes do início da vigência.
Dos quatro componentes da fórmula para calcular o reajuste, só falta a divulgação de um deles, segundo Novaes. Em novembro, a Pague Menos esperava um reajuste menor, de 9%, considerando projeções elaboradas pelos bancos para o IPCA (inflação oficial do país) acumulado em 12 meses.
A CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão interministerial responsável pela regulação econômica desse setor, é responsável pela autorização do ajuste dos preços.