Diante do avanço das farmácias independentes, que em 2021 abriram 4 mil novas lojas, a Pague Menos (PGMN3) aposta na otimização dos pontos de venda para repelir a concorrência e garantir o crescimento da companhia em um ambiente que ficou mais competitivo.
No encontro Pharma Conference, promovido pela XP Investimentos entre investidores e os principais nomes do mercado de farmácias e farmacêuticas, o CFO da Pague Menos, Luiz Renato Novais, avalia que a rede deve ter um saldo de 100 novas lojas em 2022.
Segundo expectativa da companhia, reiterada por Novais, são 120 novas lojas abertas neste ano – em cima das 80 novas abertas em 2021. Por outro lado, 20 lojas – por estarem muito próximas entre si – seriam fechadas em 2022 a fim de otimizar a distribuição.
Esta conta não leva em consideração a compra por R$ 700 milhões da rede Extrafarma, que aguarda deliberação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prevista para sair neste ano. A aquisição pode trazer mais de 400 novas lojas ao portfólio da companhia.
Com a maturação das empresas abertas no ano passado e as novas deste ano, a expectativa da Pague Menos é de crescer a receita cerca de 5% a mais que o índice de inflação, cujo impacto deve ser neutro em 2022, apesar de ter pesado na estrutura de custos em 2021.
Outro ponto destacado para melhorar o desempenho da companhia é a diminuição do número de funcionários por loja. Hoje a Pague Menos tem cerca de 17 funcionários por loja.
Este número cai para 14 funcionários, se descontados o pessoal administrativo, na sede, e o dos centros de distribuição. Segundo Novais, a expectativa é de diminuir a média para 13 funcionários por loja até o fim de 2023.
Novais também reforçou o avanço do número médio de itens por loja, que chegou a 9,8 mil em 2021, alta de 1,6 mil no ano. O objetivo agora é ampliar para 12 mil em 2022 a fim de reduzir a ruptura de estoque.
Ao Suno Notícias, Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, afirmou que a ruptura de estoques – medida da falta de determinado produto para a venda – é um dos desafios sobre o qual o setor deve avançar em 2022.
Segundo Barreto, uma vez que as receitas médicas incluem, muitas vezes, mais de um item, a falta de um deles pode comprometer a venda de todos os outros.
Segundo o executivo da Pague Menos, a ruptura de estoques caiu 37,5% no ano passado, desde que a empresa decidiu avançar no reforço dos itens disponíveis.