A PagSeguro (PAGS34) foi a última companhia cujos balanços operacionais do segundo trimestre de 2022 foram analisados pelo BTG Pactual.
Na noite da quinta-feira (25), a PagSeguro reportou lucro de R$ 403 milhões, alta de 17% ano a ano, acima do esperado.
Os resultados animaram agentes do mercado, porém, time de analistas do BTG chama atenção para a provável continuidade de alta da taxa Selic em 2023, o que deve prejudicar a capacidade da companhia em aumentar seus resultados contábeis.
“As despesas financeiras devem permanecer altas, o negócio de pré-pagamento exige financiamento, o adquirente vem queimando caixa e as despesas de D&A e baixas de PDV mais altas são basicamente um “dado” para o próximo ano”, diz o banco.
O BTG estima que a ação da PagSeguro está sendo negociada a 20 vezes o preço sobre o lucro em 2022, o que os analistas consideram caro tendo em vista o crescimento de receita superior a 50% no primeiro semestre do ano quando comparado ao primeiro semestre de 2021. Em 2023, o múltiplo deve continuar perto dos 20, o que, para a casa, também não é exatamente barato.
“Reiteramos nossa visão cautelosa de médio prazo sobre o setor de pagamentos no Brasil. A dinâmica de preços parece mais racional, mas esse equilíbrio é muito instável”, discorrem os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel.
A casa afirmou ainda manter preferência pela Cielo (CIEL3) no setor. Depois, vêm a PagSeguro e, em seguida, a Stone (STOC31).
“Nossa percepção é de que os resultados da PagSeguro serão mais bem recebidos do que os da Stone. Ambas as empresas superaram a orientação do segundo trimestre e indicaram melhorias (lentas) na lucratividade para os próximos trimestres, mas a PagSeguro vem de uma base mais alta e é negociada a um valuation mais barato no curto prazo“, disseram.
O BTG manteve recomendação neutra para os papéis da PagSeguro, com preço-alvo de R$ 15.
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