O ouro encerrou esta sexta-feira (5) em queda, abaixo dos US$ 1700 pela primeira vez nos últimos nove meses. O desempenho foi puxado pela valorização do dólar americano, e também pelo avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Além disso, o contrato do ouro para abril também encerrou a sessão de hoje, na Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque, com um recuo de 0,12%, sendo negociado a US$ 1.698,50 por onça-troy, o que equivale ao menor valor de fechamento da commodity desde junho de 2020, segundo mostram os dados da FactSet, que foram divulgados pela Dow Jones Newswires.
O rendimento do Treasury de dez anos, que é um título da dívida pública americana, avançou após a divulgação do payroll nesta manhã. A geração de emprego nos Estados Unidos acelerou e somou 379 mil em fevereiro, enquanto a taxa de desemprego dos EUA recuou de 6,3% em janeiro para 6,2% em fevereiro.
Os dados ficaram acima da expectativa dos especialistas consultados pela Reuters, de criação de 182 mil vagas. Já a previsão para a taxa de desemprego era de manutenção em 6,3%.
Em fevereiro, o salário médio por hora aumentou 0,23% ante o mês anterior, ou US$ 0,07, a US$ 30,01. Na comparação anual, a alta salarial foi de 5,26%. As previsões eram de acréscimo mensal de 0,20% e ganho anual de 5,2%.
Títulos públicos pressionam ouro
O progresso apresentado pelo Payroll aumentou as expectativas de um avanço na inflação, e acabou pressionando os preços dos títulos longos.
Segundo o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch, disse ao Dow Jones Newswires, o ouro tem sido pressionado pela “alta nos títulos públicos americanos e um dólar mais firme”. Além disso, o analista apontou que a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre as Treasuries, também influenciaram este movimento da commodity.