Otan vê riscos para os países próximos da Ucrânia e diz que Rússia quer derrubar governo em Kiev
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, afirmou que o bloco se preocupa que o ataque da Rússia à Ucrânia se espalhe para além do território ucraniano, atingindo países vizinhos, disse em coletiva de imprensa desta sexta-feira (25).
Diante do risco, a Otan enviou soldados para os países aliados, com o objetivo de conter essa expansão, caso ela aconteça. “É por isso que estamos enviando mais soldados, para garantir que a guerra que acontece na Ucrânia não se espalhe para outros países da Otan”, afirmou Jens Stoltenberg.
Stoltenberg afirmou que a Otan fortaleceu sua capacidade de defesa, tem ativado os planos de defesa de seus aliados e mobilizado elementos da força de resposta para mar, terra e ar. “Os Estados Unidos, Canadá e aliados europeus já mobilizaram milhares de soldados para a parte leste da aliança”. Doze a 15 mil soldados estariam posicionados na região.
Em seu pronunciamento, o secretário-geral afirmou “apoio à Ucrânia”, que está sob ataque “por terra, ar e mar”, afirmou. Stoltenberg também falou que o bloco pretende ajudar a Ucrânia com suprimentos e equipamentos de primeiros-socorros, sem mencionar envios de soldados ou outras formas de ajuda militar.
Ontem (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, em pronunciamento oficial, que seu país foi abandonado e que ninguém mais está disposto a ajudá-los.
“Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo”, afirmou.
Um dos motivos para a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia foi a intenção do país de Zelensky de integrar a Organização do Tratado Atlântico Norte.
Durante a madrugada desta sexta, as autoridades ucranianas informaram que a capital Kiev foi alvo de explosões e diversos territórios do país já foram tomados pelo Exército russo, que é cerca de cinco vezes maior do que o da Ucrânia.
Aliados da Otan recebem proteção
A Otan se movimentou para proteger o território dos seus aliados. “Temos destacado forças defensivas terrestres e aéreas na parte oriental da aliança, além de recursos marítimos em toda a área da Otan”, diz um comunicado enviado à imprensa internacional.
Segundo o documento, Estados Unidos, Canadá e países europeus participaram da ação. Foram enviados mais de 100 jets para operar em mais de 30 localidades diferentes, além de 120 navios da região norte do Mediterrâneo, que conta com três grupos de ataque.
“Não deve haver espaço para erros de cálculo ou compreensões equivocadas”, disse Stoltenberg.
O secretário-geral da Otan classifica o movimento como uma “força de resposta” para regiões próximas à Ucrânia, De acordo com o Stoltenberg, a organização não tem intenção de provocar o conflito, mas sim “prevenir o conflito”.
Otan afirma que Rússia pretende derrubar o governo da Ucrânia
O secretário-geral da Otan disse também que o avanço das tropas do exército russo em direção a Kiev, capital da Ucrânia, tem como objetivo remover o presidente eleito democraticamente e mudar o governo na Ucrânia.
“O povo russo tem que saber que a guerra contra a Ucrânia não vai tornar a Rússia mais segura nem vai fazer o país ser mais respeitado no mundo”, disse Stoltenberg, que reafirmou total apoio da Otan à Ucrânia.
O secretário-geral da aliança militar disse ainda que Rússia e Belarus terão de pagar por suas ações. “Rússia como invasor e Belarus como facilitador”. Belarus tem fronteira ao Norte com a Ucrânia e mísseis e tanques russos têm invadido a Ucrânia vindo de Belarus.
Stoltenberg avalia que a decisão do presidente russo de levar adiante a agressão contra a Ucrânia é um erro terrível do ponto de vista estratégico e que a Rússia vai pagar um preço muito alto nos próximos anos. “Otan e União Europeia já adotaram sanções significativas e nossos parceiros ao redor do mundo estão se unindo a nós”, disse.
O representante da Otan disse ainda que as forças ucranianas estão lutando de forma corajosa e provocando perdas do lado russo.
O secretário-geral da Otan reforçou ainda o apoio militar, financeiro e de defesa cibernética da Otan à Ucrânia.
Com Agência Brasil