A Orizon (ORVR3) abriu em queda em sua estreia na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A companhia, que oferece soluções integradas de gestão e beneficiamento de resíduos, realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que movimentou R$ 553,9 milhões.
Por volta das 13h36, os papéis da Orizon caíam 1,41%, para R$ 21,69. A empresa havia precificado suas ações a R$ 22, sendo que a faixa indicativa ficava entre R$ 22 e R$ 27. A empresa foi listada no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da Bolsa brasileira.
A operação contempla a oferta primária de 17.336.320 ações (parte dos recursos que vai para o caixa da empresa), equivalente a R$ 381,3 milhões. A oferta secundária, que vai para o bolso dos atuais investidores, perfaz os outros R$ 172,5 milhões, com a venda de 9.637.054 ações.
De acordo com o prospecto do IPO enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Orizon visa utilizar os recursos líquidos levantados na oferta da seguinte forma:
- Potenciais aquisições (37,5%);
- Investimentos em expansão (27,5%);
- Amortização de dívida (18,5%);
- Capital de giro (16,5%).
Hoje, os principais investidores da empresa são a holding Inovatec Participações, com uma fatia de 73,41% e que cair para 50% se forem exercidos os lotes adicional e suplementar; a gestora Spectra, que controla 22,29% e pode cair para 9,50%; e a gestora Jive, que detém 1,50% e pode zerar sua participação.
A operação será coordenada pelo Credit Suisse, com a participação de BTG Pactual (BPAC11) e XP Investimentos. Vale ressatar que a destinação dos recursos para “amortização de dívida” conta com o pagamento de R$ 62,4 milhões em cédulas de crédito bancário emitidas em favor do Credit Suisse.
A Orizon
As operações da Orizon tiveram início com a fundação da sua precursora, a Haztec, em 1999. Quatro anos depois, ela foi vendida ao grupo Synthesis e a outros fundos de investimentos.
Em 2009, a Haztec Investimentos e Participações, como passou a ser chamada, incorporou as ações da Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental. Dessa forma, a HTPA passou a ser subsidiária da HIP.
O objetivo da HIP era se tornar a líder em soluções ambiental do País, desempenhando diversas atividades, como tratamento de águas e efluentes; tratamento e destinação de recursos; serviços de engenharia ambiental e florestal, entre outros.
Hoje, a Orizon é uma empresa de tratamento e valorização de resíduos, e investe em inovação e tecnologia para gerar energia limpa.
Além de suas recentes aquisições, o Marco Legal do Saneamento foi uma mudança regulatória de grande importância para a empresa. A aprovação do marco, em 15 de julho do ano passado, reforçou as obrigações para as cidades destinarem adequadamente seus resíduos (prevendo o encerramento de lixões até 2024).
Entre janeiro e setembro de 2020, a Orizon teve uma receita líquida de R$ 288,95 milhões. O crescimento médio da receita, entre 2017 e 2019, foi de 23%. Embora o faturamento tenha apresentado alta nos últimos anos, o lucro líquido é instável — nos primeiros nove meses do ano passado, o resultado líquido foi de R$ 17,18 milhões, frente a um prejuízo de R$ 16,58 milhões em 2019.