A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pedido especial para o time do governo de Jair Bolsonaro (PL) sobre um decreto que colocaria fim aos investimentos em telefones públicos, popularmente conhecidos como orelhões.
Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, os integrantes do governo de transição pediram para que o ministro das Comunicações Fabio Faria não realize movimentações que autorizem a troca dos investimentos das empresas de telecomunicações nos orelhões, obrigação orçada em R$ 190 milhões.
No radar da pasta, encontra-se um projeto para trocar essas obrigações por investimentos nas redes de fibra óptica.
Assim, nos locais onde existe serviço de telefonia móvel, as verbas dos orelhões seriam destinadas para investimentos em internet. Em contrapartida, telefones fixos ou móveis gratuitos seriam instalados em locais como escolas, hospitais e centros públicos.
Segundo a coluna Painel S.A., os integrantes da transição afirmaram ao ministro que gostariam de analisar o tema com mais calma antes do martelo ser batido. Faria prometeu deixar a minuta do decreto pronta, tendo em vista que para as empresas e para o país, o investimento em orelhões não é mais visto como algo essencial.
De acordo com a publicação, caso a medida seja autorizada, a Oi (OIBR3) seria a empresa mais afetada. Por ano, a companhia telefônica gasta R$ 142 milhões com os orelhões.
Orelhões em desuso
Nos últimos anos, as teles informaram à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que os orelhões perderam funcionalidade tendo em vista a popularização dos aparelhos celulares.
Segundo dados da agência, o Brasil conta com 144 mil orelhões instalados pelo país, mas apenas 85 mil estão em funcionamento. 55% dos aparelhos ativos estão localizados no Sudeste, e o Estado de São Paulo conta com 33,1 mil.
Pela proposta de Faria, os orelhões serão mantidos apenas onde não há cobertura de celular, 5% do parque telefônico atual.