O presidente Jair Bolsonaro afirmou no último sábado (20) que fará um corte de R$ 2,5 bilhões no Orçamento. A medida deve ser divulgada na próxima semana pelo ministério da Economia junto ao relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do governo.
Segundo Jair Bolsonaro, a redução virá de um único ministério, no entanto, não divulgou em qual pasta o corte será realizado. O presidente classificou o valor como “uma merreca” ante o atual Orçamento federal.
“Queremos evitar que o governo pare, dado que o nosso orçamento é completamente comprometido. Deve ter um novo corte agora, de R$ 2,5 bilhões. Concorda que é uma merreca perto de um orçamento trilionário nosso?”, afirmou o mandatário.
O presidente falou ainda sobre a possibilidade de congelar as verbas de “seis, sete ou oito” ministérios. No entanto, a equipe econômica do governo acredita ser melhor cortar um único ministério.
“O que que estamos decidindo [com a] equipe econômica, em vez de cortar em seis ou sete ou oito ministérios e todo mundo ficar, morrer praticamente, corta de um só. Vamos matar um ministério só”, declarou Bolsonaro.
Cortes anteriores
Em março desse ano, o governo anunciou o bloqueio cerca de R$ 29,5 bilhões em gastos do Orçamento.
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A pasta mais afetada foi a da educação, com corte de R$ 5,83 bilhões. A Defesa e da Infraestrutura ocuparam o segundo e terceiro lugar, com R$ 5,1 bilhões e R$ 4,3 bilhões bloqueados, respectivamente.
Confira o corte no orçamento de cada setor:
- Educação: R$ 5,83 bilhões
- Defesa: R$ 5,1 bilhões
- Infraestrutura: R$ 4,3 bilhões
- Minas e Energia: R$ 3,76 bilhões
- Economia: R$ 3,63 bilhões
- Desenvolvimento Regional: R$ 2,98 bilhões
- Ciência e Tecnologia: R$ 2,13 bilhões
- Emendas individuais: R$ 1,96 bilhão
- Cidadania: R$ 1,05 bilhão
- Emendas de bancada: R$ 0,99 bilhão
- Justiça e Segurança: R$ 0,837 bilhão
- Agricultura: R$ 0,671 bilhão
- Saúde: R$ 0,599 bilhão
- Relações Exteriores: R$ 0,328 bilhão
- Turismo: R$ 0,222 bilhão
- Meio Ambiente: R$ 0,187 bilhão
- Presidência: R$ 0,147 bilhão
- Advocacia Geral: R$ 0,089 bilhão
- Direitos Humanos: R$ 0,077 bilhão
- Controladoria-Geral da União: R$ 0,015 bilhão
FGTS
Ainda durante as entrevistas com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada no último sábado, Bolsonaro foi questionado também sobre a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A medida deve ser anunciada oficialmente na próxima quarta-feira (24), conforme o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
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Segundo o presidente, a liberação do fundo de garantia está passando por alguns ajustes. Entretanto, Bolsonaro não detalhou a liberação e ressaltou que o assunto está sendo tratado com responsabilidade pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Nós não queremos desidratar a questão do Minha Casa, Minha Vida, que é importante para quem precisa de uma casa. E não queremos ser irresponsáveis”, disse Jair Bolsonaro.