Com crise política, Congresso deixa reformas de Bolsonaro de lado e foca em Orçamento 2022
Com a crise política no Brasil agravada principalmente após as manifestações pró-Bolsonaro no dia 7 de setembro, o Congresso deve deixar de lado as pautas do ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto centra os esforços para a aprovação do Orçamento 2022. Com isso, a reforma administrativa, tributária e o novo Bolsa Família não devem ser analisados logo.
De acordo com os parlamentares consultados pelo jornal O Estado de S.Paulo, o governo de Jair Bolsonaro dificilmente terá condições de conseguir aprovar na Câmara dos Deputados e no Senado Federal essas propostas que antes eram consideradas prioritárias pela equipe econômica.
Isso porque os ataques do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram com que os partidos como MDB, Solidariedade, Cidadania, PSDB e PSD adotassem uma postura mais refratária ao mandatário.
Dessa forma, sem esses partidos aliados ao governo fica difícil formar a maioria para aprovar os projetos. Segundo o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, as manifestações do presidente da República têm deixado lideranças no Congresso reticentes em adotar uma medida para ajudá-lo.
“Diante de tantas trapalhadas e tanto descumprimento de compromissos por parte do governo, o presidente [Arthur] Lira, que até aqui tem usado todo o seu prestígio vai perdendo os seus cartuchos para garantir sozinho as votações, que até hoje são total e exclusivamente fruto da liderança dele”, disse Ramos.
Veja as pautas da equipe econômica:
- Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios;
- Auxílio Brasil (novo Bolsa Família);
- Orçamento de 2022;
- Reforma do Imposto de Renda;
- Reforma tributária;
- Reforma administrativa.
Foco do Congresso está no Orçamento 2022 em ano eleitoral
Com isso, os parlamentares irão focar na aprovação do Orçamento 2022, que precisa ser votado para não comprometer a execução de despesas no ano que vem. Os economistas do mercado estimam que a proposta enviada pela equipe econômica tem um rombo de cerca de R$ 70 bilhões.
No modelo atual, esse valor inclui a ampliação do Bolsa Família e os benefícios pagos pelo governo, como a renovação da política de desoneração da folha para empresas. A dúvida é quanto o Congresso vai abrir espaço para novos gastos em ano eleitoral no Orçamento 2022.