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Operação Americanas (AMER3): CVM diz que não vai se manifestar

Americanas (AMER3)

Americanas (AMER3) - Foto: Divulgação

A Comissão de Valores Mobiliares (CVM) disse, em resposta a questionamento da reportagem, que não emitirá comentários sobre a operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências de ex-diretores da Americanas (AMER3), no Rio.

“No que diz respeito à operação citada em sua demanda, tendo em vista tratar-se de ação da Polícia Federal, não compete à CVM emitir comentários”, disse a autarquia sobre a operação da PF que mira ex-executivos da Americanas.

Além disso, a autarquia ressaltou que mantém, desde 2010, Acordo de Cooperação Técnica com a PF voltado ao desenvolvimento de ações, projetos ou atividades conjuntas, inclusive, no âmbito do compartilhamento de informações a respeito de assuntos de interesse comum.

A CVM informou ainda que mantém, também, com o Ministério Público Federal, desde 2008, Termo de Cooperação específico.

Entenda operação da PF contra ex-diretores da Americanas

Nesta quinta (27), a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, que tem como objetivo esclarecer a participação de ex-diretores da Americanas nas fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões identificadas na empresa em 2022.

Foram emitidos mandados de prisão preventiva contra Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, e Anna Chistina Ramos Saicali, ex-diretora. Ambos estão no exterior.

Além disso, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em 15 endereços no Rio de Janeiro.

A 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou também a apreensão de bens e valores que somam mais de R$ 500 milhões.

As investigações contam com a colaboração da atual diretoria da Americanas e são conduzidas em conjunto com o Ministério Público Federal e a CVM.

Os ex-diretores são suspeitos de praticarem fraudes contábeis relacionadas às operações de risco sacado, nas quais a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores através de empréstimo junto aos bancos.

Além disso, eles também teriam fraudado contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais geralmente utilizados no setor. Contudo, eram contabilizados VPCs que nunca existiram.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o ex-CEO da Americanas e a ex-executiva da empresa também foram incluídos na difusão vermelha da Interpol.

Esse sistema é utilizado para que a ordem de prisão de pessoas que estejam no exterior seja publicizada. Com isso, os países que integram a Interpol podem cumprir o mandado em caso de deslocamento dos alvos.

Miguel Gutierrez, que tem dupla nacionalidade, brasileira e espanhola, deixou o Brasil logo após sair do comando da Americanas. Saicali, segundo apuração da Folha, também se encontra no exterior, ainda que a sua assessoria não tenha atendido às tentativas de contato feitas pelo jornal.

Com Estadão Conteúdo

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