Opep aumenta estimativa de queda na demanda por petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alterou, neste segunda-feira (14), sua previsão para a contração da demanda mundial pela commodity neste ano e estimou que a recuperação em 2021 será mais lenta do que o esperado anteriormente.

Segundo o relatório mensal divulgado, o consumo geral em 2020 deve cair 9,5 milhões de barris por dia (bpd), 400 mil bpd maior em comparação a agosto (9,1 milhões de bpd), chegando a uma média de 90,2 milhões de bpd. Para o ano que vem, a expectativa da Opep é de expansão de 6,6 milhões de bpd, aproximadamente de 400 mil abaixo da projeção do documento do mês passado, para uma média de 96,9 milhões de bpd.

A mudança na estimativa para este ano é resultado de uma alteração para cima (100 mil bpd) da estimativa do uso da commodity pelos países que integram parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A queda da demanda durante o segundo trimestre deste ano, quando o Ocidente atingido de forma mais intensa pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), foi menor do que o esperado.

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Além desse grupo, a perspectiva de consumo para 2020 foi revisada para baixo em cerca de 500 mil bpd, em função do desempenho mais fraco nos países que são classificados pela entidade como “outra Ásia” (nações do continente excluindo China e Japão), particularmente na Índia.

“A OCDE Américas registrou quedas abaixo do esperado, impulsionadas pela demanda estável de matéria-prima petroquímica, enquanto os aumentos no reabastecimento de combustível para aquecimento atenuaram a redução da demanda na OCDE Europa”, disse o cartel.

Dessa forma, a previsão de demanda de petróleo pela OCDE Américas no segundo semestre deste ano foi alterada para baixo. Na região da Ásia-Pacífico, por sua vez, o desempenho da Coreia do Sul foi melhor do que o estimado ao longo do período entre abril e junho, embora tenha ocorrido uma redução marginal. Isso foi apoiado, de acordo com a Opep, por atividades industriais estáveis. “Até agora, a demanda por petróleo na Índia, Indonésia, Tailândia e Filipinas teve um desempenho muito pior do que o inicialmente esperado”, informou a organização.

Além disso, o documento enfatizou que a demanda por petróleo na China durante o segundo trimestre do ano foi elevada em razão dos dados econômicos melhores do que o previsto, compensando marginalmente a revisão para baixo da “outra Ásia”.

Projeções da Opep para o ano que vem

No que se refere a 2021, o impacto negativo sobre a demanda por petróleo na “outra Ásia” deve se espalhar para os primeiros seis meses. Ao passo que, de acordo com a Opep, uma recuperação mais lenta das necessidades de combustível para transporte na OCDE irá conter o potencial de crescimento da demanda por petróleo na região.

Ademais, o cartel citou que os riscos permanecem grandes e inclinados de forma negativa, em função da continuidade do volume de infecções do coronavírus, enquanto não há certezas sobre a implementação de vacinas.

Por fim, a organização também mencionou que a velocidade de recuperação das atividades econômicas e o potencial de crescimento da procura pela commodity em outros países asiáticos, novamente com destaque para a Índia, permanecem incertos.

“Estima-se que o aumento do teletrabalho e conferências à distância limite a recuperação total dos combustíveis para transporte para os níveis de 2019”, pontua a Opep. Em razão das novas estimativas do cartel, a Petrobras (PETR4) opera em queda no pregão desta segunda-feira (14), com um baixa de 1,51% por volta das 12h37.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Jader Lazarini

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