A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a um acordo para reduzir a produção de petróleo.
A OPEP e seus aliados produtores de petróleo reduzirão a produção em 1,2 milhão de barris ao dia.
O corte de 1,2 milhão de barris ao dia seria dividido em 800 mil barris para os membros da OPEP 400 mil para os países de fora do cartel. Entre eles, está a Rússia, que se tornou aliada da OPEP em 2016.
A decisão da OPEP desafia os apelos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele pediu que os países da OPEP mantivessem a produção elevada.
A decisão da OPEP causou uma alta de 5% nas cotações internacionais do petróleo.
O acordo foi fechado na sede da OPEP em Viena, na sexta-feira (7), depois de dois dias de negociações conflituosas.
A Arábia Saudita pressionou o maior número possível de integrantes para que aderissem ao corte. Os sauditas são os maiores produtores de petróleo do cartel, e de fato os líderes da organização,
A pressão saudita aconteceu a despeito das exortações do presidente dos Estados Unidos a Riad pela manutenção dos preços baixos.
Trump comparou essa operação a um “grande corte de impostos” para o planeta.
Entretanto, a necessidade de receitas petroleiras mais altas, fundamentais para os ambiciosos planos de investimento sauditas, motivou a alta.
O petróleo padrão Brent, referência do mercado internacional, subiu 5%, para mais de US$ 63 por barril. Enquanto a referência do mercado dos Estados Unidos, o West Texas Intermediate, avançou em 4,3%, para US$ 54 por barril.
A decisão de cortar a produção mundial de petróleo foi decidida depois de 48 horas de negociações. Em diversos momentos, os delegados alertaram que um acordo talvez não fosse alcançado.
Khalid al-Falih, o ministro da energia saudita, insistiu em que a redução ajudaria os Estados Unidos. “O maior produtor de petróleo e gás natural é os Estados Unidos”, disse Falih, “Os produtores americanos de petróleo de xisto betuminoso devem estar suspirando de alívio”.
O objetivo do acordo foi atenuar a preocupação quanto ao excedente de produção petrolífera internacional que parece estar emergindo. Isso levou os preços a uma queda de 30% nos dois últimos meses.
Os cortes tomarão por base o nível de produção de outubro, e durarão seis meses.
Inicialmente, a organização havia pedido que o Irã, rival regional da Arábia Saudita, realizasse um corte “simbólico”. Mesmo se suas exportações de petróleo já tenham caído devido à retomada das sanções americanas no mês passado. Mas o país terminou isentado de cortes. Líbia e Venezuela, que sofreram fortes quedas de produção devido a dificuldades internas, também receberam isenção da OPEP.