Segundo mensagem recente dada no Painel Intergovernamental sobre o Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), o IPCC, o clima está esquentando acima dos patamares esperados e deve atingir 1,5°C acima do nível pré-industrial já na década que vem, de 2030. Na ocasião, a entidade citou que a ação humana é responsável por 1,07°C desta alta – que é sem precedentes.
Ainda segundo a ONU, essa mudança expressiva deve ocasionar ainda mais eventos climáticos extremos nos próximos anos, como enchentes e ondas de calor.
Nesta ocasião, foi a primeira vez que IPCC, que é um órgão da ONU, chegou a ponto de quantificar o quanto do crescimento de calor dos próximos anos é fruto da ação humana.
A conclusão foi feita com base no estudo “Climate Change 2021: The Physical Science Basis”, que é fruto dos dados colhidos pelo IPCC e apresenta como principais pontos:
- Mudanças climáticas sem precedentes
- Aquecimento de 1,5°C a 2°C deve ser ultrapassado ainda neste século
- Certeza absoluta acerca da influência humana no aquecimento global
- Ondas de calor, ciclones e chuvas fortes ocorrem em todo o mundo, como fruto do aquecimento global
- Nos último 40 anos, cada década foi sucessivamente mais quente do que a anterior, ficando acima de todas as demais da série histórica desde 1850
- Aquecimento só pode ser mitigado com redução profundo na emissão de CO² e outros gases de efeito estufa
- Mesmo com as reduções, a estabilização de temperatura pode demorar 30 anos
Este mesmo relatório também indica que o impacto da ação humana já se aproxima do limite citado, de 1,5ºC de alta. Esse “teto” foi firmado durante o Acordo de Paris.
Ou seja, a janela de oportunidade para mitigar os efeitos climáticos é cada vez menor, segundo os especialistas que produziram o documento.
Relatório da ONU deve ganhar “novos capítulos”
Os dados que foram apresentados nesta segunda (9) pelo IPCC integram a primeira de três etapas do relatório. As duas próximas edições devem dar enfoque nos caminhos para lidar com o aquecimento e quais ações devem mitigar a alta prevista – considerada crítica pelos especialistas.
Contudo, até a Conferência das Partes (COP26) – que deve reunir líderes para tratar do tema – esse será o único relatório da ONU. Os dois demais devem vir depois deste evento, que ocorre em novembro, na Escócia.
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