Se a economia surpreender e crescer além das expectativas, o setor energético pode não dar conta. Assim, a infraestrutura de energia terá de ser revista para acompanhar a demanda. É a análise do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata. A afirmação foi dada num evento na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
“[Se a economia crescer mais do que o esperado] Naturalmente vamos ter que rever nosso planejamento [do setor energético], mas as novas fontes de geração [de energia elétrica] atuais têm muito menor tempo de maturação”, disse Barata.
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Ele também afirmou que não existe risco de desabastecimento. “Isso que nos dá o conforto para dizer que mesmo que tenhamos crescimento acelerado da economia, nossa capacidade instalada poderá ser adequada a esse crescimento”, declarou. “Nossa capacidade instalada será capaz de fazer frente a esse crescimento”.
Energias renováveis como a eólica e a fotovoltaica, cujos projetos são de rápida execução, foram mencionadas pelo diretor da ONS como apostas para o setor energético do País. Segundo ele, o Sistema Interligado Nacional (SIN) é responsável por 99% de toda a energia elétrica consumida em território brasileiro, com a exceção de Roraima. Trata-se do único estado ainda não conectado à rede, o que deve mudar em breve.
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A energia elétrica consumida no Brasil vem majoritariamente de hidrelétricas. No ano passado, 87,5% da energia gerada foi produzida em 152 usinas instaladas em 16 bacias. Mas há investimentos para mudar a matriz energética nacional e tornar o setor energético do País menos dependente de hidrelétricas.
Em 2018, por exemplo, a geração de energia eólica avançou e chegou a 8% de toda a matriz energética brasileira, segundo levantamento da Global Wind Energy Council (GWEC, Conselho Global de Energia Eólica, no português). O Nordeste é responsável por 85% de toda a energia gerada com os ventos no País. O Piauí está na liderança, seguido de Rio Grande do Norte e Bahia.
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Segundo Luiz Eduardo Barata, houve aumento de 9,9% na geração de energia renovável no Brasil em 2018. A expectativa da ONS é de que a matriz eólica seja expandida em 25% nos próximos cinco anos. A projeção do crescimento da produção fotovoltaica é de 282% no período.