Com estreia na B3 na próxima terça (10), Oncoclínicas (ONCO3) levanta R$ 3,6 bi em IPO

A Oncoclínicas (ONCO3) tem estreia marcada para a próxima terça (10) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A oferta de ações na abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) levantou R$ 3,6 bilhões, considerando o lote principal mais os adicionais. O negócio como um todo foi avaliado em R$ 9,8 bilhões.

Rede de oncologia clínica privada para o tratamento contra o câncer, a Oncoclínicas definiu na sexta o preço de suas ações na abertura de capital a R$ 19,75, segundo fontes.

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Abaixo do piso da faixa indicativa ao investidor

O valor inicial da companhia para a estreia na B3 ficou abaixo do piso da faixa indicativa ao investidor, R$ 22,21 e R$ 30,29.

O IPO tem uma oferta primária, em que  os recursos vão para a companhia, de 90 milhões de ações ordinárias. Existe ainda uma venda secundária, em que o dinheiro fica com os sócios vendedores, os fundos Josephina e Josephina II, do Goldman Sachs.

O banco, aliás, teria arrecadado cerca de R$ 1,8 bilhão com a operação. Os recursos captados serão usados para financiar aquisições, projetos de investimento e capital de giro.

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Oncoclínicas: crescimento médio orgânico de 27% ao ano

Fundada em 2010, a Oncoclínicas é uma cadeia mineira de clínicas para tratamento contra câncer integrada, desde a prevenção, passando pelo diagnóstico e tratamentos específicos, até os cuidados continuados.

A empresa se colocou como o maior prestador no mercado de oncologia clínica privada da América Latina em termos de receita, contando com 69 unidades, incluindo clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento de câncer, localizadas em 20 cidades no Brasil.

Em 2020, a companhia realizou mais de 1 milhão de consultas, por meio de mais de 1.000 médicos especialistas com ênfase em oncologia com atuação dedicada em nossas unidades.

De 2016 a 2020, a Oncoclínicas obteve um crescimento médio orgânico de 27% ao ano, e de 35% ao ano se considerado as operações de fusões e aquisições.

A empresa registrou receita líquida de R$ 2,035 bilhões no ano passado, ante resultado de R$ 1,689 bilhões em 2019. Na mesma comparação, a Oncoclínicas reverteu lucro de R$ 19,096 milhões e apurou prejuízo de R$ 125,205, em 2020.

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Empresas buscam saídas para driblar mercado volátil

Um número crescente de companhias está redesenhando suas ofertas iniciais de ações (IPO, pela sigla em inglês) na Bolsa para terem mais sucesso na empreitada.

Para ganhar agilidade, algumas diminuem o número de ações a ser vendidas ou escolhem destinar a oferta apenas a investidores institucionais, como os fundos de investimento e os de pensão, deixando as pessoas físicas de fora.

Os ajustes ocorrem em um ano já de recorde de ofertas de ações no Brasil e com estimativas de o volume superar os R$ 200 bilhões no consolidado de 2021.

Várias operações têm saído abaixo do valor inicialmente previsto. Foi o caso da Oncoclínicas, cuja oferta deverá ser de R$ 3,6 bilhões, abaixo dos R$ 6 bilhões previstos inicialmente.

Já a Raízen (RAIZ4), sociedade entre Cosan (CSAN3) e Shell, fez uma oferta inicial de ações que movimentou R$ 6,9 bilhões – ante os R$ 13 bilhões estimados antes da largada.

No setor de saúde, a rede hospitalar Kora Saúde (KRSA3) foi mais uma que decidiu lançar sua oferta de ações voltada para investidores institucionais. Antes, o mesmo modelo havia sido adotado nas ofertas da Infracommerce (IFCM3), Dotz (DOTZ3) e do banco BR Partners (BRBI11).

A Viveo (VVEO3), holding que reúne os negócios da Cremer e da Mafra Hospitalar, trilhou o mesmo caminho. A empresa, que acaba de concluir sua oferta, postergou o IPO inicialmente previsto para o início do ano e lançou a oferta apenas para institucionais e ancorada em fundos como a Dynamo e Equitas, além do fundo soberano de Cingapura GIC.

Quando uma empresa decide fazer sua oferta apenas para fundos de investimento, precisa cumprir exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais no Brasil. Além de não poder vender as ações da oferta para pessoas físicas, como normalmente ocorre, existe uma limitação da quantidade de investidores que os bancos podem abordar no processo.

A vantagem, contudo, é a rapidez desse processo, principalmente em relação a um IPO normal, cujas negociações se estendem por semanas.

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Clima favorável

Sócio do BTG Pactual (BPAC11) e responsável pela área de renda variável do banco, Fábio Nazari comenta que o mercado está muito bom para as ofertas de ações, com bastante apetite dos investidores, mas para algumas operações a decisão tem sido mudar a fórmula para ajustar ao momento do mercado.

“Quando fazemos a oferta com esforços restritos (a direcionada apenas a um grupo de investidores institucionais), a oferta é lançada apenas quando se encontra a demanda”, diz. Isso gera mais tranquilidade no processo, exatamente porque a operação sai quando já existe um grupo de investidores interessados e que garantirão o sucesso dela, explica.

Segundo o responsável global pelo banco de investimento do Itaú BBA, Roderick Greenless, a sugestão às empresas que postergaram a oferta tem sido de manter o processo para se obter o registro de companhia aberta com a CVM, mesmo sem lançar ações em um primeiro momento.

Itaú BBA e Oncoclínicas

O executivo afirma que várias empresas seguiram esse trâmite e muitos desses casos devem se desenrolar ao longo dos próximos meses. “Nós sugerimos que mantenham esse processo porque existe essa vantagem de ser uma companhia aberta. Fora isso, quando for voltar com a oferta, não será mais necessário passar por esse processo”, comenta o executivo.

“Veremos várias ofertas assim”, comenta o executivo do Itaú BBA. No “check list” da empresa interessada em fazer uma oferta apenas para investidores institucionais está o registro de companhia aberta na CVM.

O Itaú BBA (como Agente Estabilizador) participa da operação da Oncoclínicas, que será estruturada também por Goldman Sachs (Coordenador Líder), Citi, UBS BB, J.P. Morgan, Santander Brasil (SANB11), e XP.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

 

Redação Suno Notícias

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