OMS discute eficácia da vacina da Rússia contra o coronavírus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira (11) que está em discussão com o governo da Rússia sobre o anuncio da vacina contra o novo coronavírus (covid-19). De acordo com a organização, é necessário que a vacina passe por uma “pré-qualificação” e por “procedimentos rigorosos”.
“Estamos em contato estreito com os russos e as discussões continuam. A pré-qualificação de qualquer vacina passa por procedimentos rigorosos, inclui a revisão e avaliação rigorosas de todos os dados de segurança e eficácia necessários compilados durante os testes clínico”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, durante uma videoconferência de imprensa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na manhã desta terça, que o país registrou oficialmente a primeira vacina do mundo que combata o novo coronavírus. Junto ao mandatário, em videoconferência televisionada, o ministro da saúde do país, Mikhail Murashko, afirmou que o teste imunológico mostrou eficácia e segurança.
“Esta manhã, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada”, afirmou Putin. “Sei que é bastante eficaz, que proporciona imunidade duradoura”. O presidente russo, inclusive, chegou a dizer que uma de suas filhas já foi vacinada. Ela teria sido uma das participantes do experimento, e que teve um pouco de febre e “nada mais”.
O anúncio da autoridade russa acontece logo após o aviso da OMS, realizado na última semana, acerca das diretrizes estabelecidas para a criação segura de um medicamento que combata a doença. O temor da organização é que, em meio à corrida política pela pioneira descoberta por uma vacina, as etapas necessárias fossem negligenciadas.
Putin salientou, no entanto, que a vacina passou por testes adequados e provou-se segura. Segundo ele, profissionais da área da saúde, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a receberam a medicação. A produção da vacina começará em grande escala no mês que vem, e a mesma será distribuída a partir de 1º de janeiro de 2021, de acordo com agências de notícias russas.
Nas semanas que antecederam o anúncio russo, comunidade científica mundial expressou sua preocupação com a rapidez da criação de um medicamento desse tipo, ao passo que a OMS solicitava à Rússia que seguisse “todos os estágios” necessários.