A Organização Mundial do Comércio (OMC) permitiu nesta terça-feira (13) que a União Europeia (UE) aplique tarifas de US$ 4 bilhões em produtos americanos exportados por ano, em função dos subsídios ilegais concedidos à Boeing.
A autorização da OMC prevê a possibilidade de sobretaxas em diversas áreas, sendo elas de aviões, as quais afetam a Boeing, a produtos agrícolas.
Segundo o informe da OMC, a “natureza dos efeitos desfavoráveis” vinculados a ajudas financeiras ao fabricante de aviões americano chega a algo em torno de US$ 4 bilhões. Por essa razão, a entidade determinou que a retaliação europeia seria deste mesmo valor.
Em resposta à decisão da organização, os EUA informaram em maio deste ano que haviam acatado a sentença a qual considerava como ilegais as isenções de impostos dadas à empresa aérea, Boeing, pelo estado de Washington. De acordo com os Estados Unidos, tais isenções foram revogadas, portanto, não haveria base válida” para a UE retaliar contra o governo do país.
Além disso, a OMC permitiu à Boeing tarifar em US$ 7,5 bilhões as mercadorias da UE em 2019, incluindo aeronaves, vinhos e queijos, devido a subsídios da Airbus, os quais eram considerados ilegais. A partir disso, a batalha judicial já dura 16 anos.
A UE apelou aos EUA para que realizem a remoção de suas tarifas, entretanto, as autoridades americanas dizem que a Europa não tomou as medidas necessárias para interromper seus subsídios à Airbus.
“Esse caso esteve litígio durante 14 anos, e chegou a hora de agirmos. Nosso objetivo primordial é chegar a um acordo com a UE para pôr fim a todos os subsídios inconsistentes com a OMC a aeronaves de grande porte. Quando a UE encerrar esses subsídios prejudiciais, as tarifas adicionais impostas pelos EUA poderão ser removidas”, disse o representante do comércio americano, Robert Lighthizer.
Trata-se da mais longa e complexa disputa intermediada pela OMC. No ano de 2002, a entidade decretou que bilhões de dólares em subsídios concedidos para Boeing eram ilegais e exigiu que os EUA os anulasse.
Conselho da Boeing é acusado de omissão na crise do 737 MAX, diz jornal
O conselho da Boeing (NYSE: BA) é acusado de não supervisionar de maneira adequada a resposta da administração da companhia no que concerne aos dois acidentes envolvendo o 737 MAX e os problemas de segurança do modelo. As informações são do jornal “The Wall Street Journal”.
O processo, movido por acionistas citando documentos internos da companhia, foi protocolado no início do mês de setembro e alega que o então CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, enganou o que os reclamantes classificaram como um conselho “amplamente passivo”. Os diretores ainda estariam supostamente preocupados com notícias negativas, deixando de pressionar a administração obre problemas específicos de engenharia do 737 MAX.
Um porta-voz da fabricante aeroespacial norte-americano afirmou que a ação carece de mérito e a companhia irá buscar arquivá-lo até o final deste ano. O representante da empresa ainda acrescentou que, antes dos dois acidentes, a Boeing apresentava protocolos em vigor que exigiam relatórios de nível de diretoria sobre o 737 MAX e outros tópicos de design, desenvolvimento e segurança, enquanto o processo alega que o conselho se omitia repetidamente.
Saiba Mais: Conselho da Boeing é acusado de omissão na crise do 737 MAX, diz jornal
“Como se poderia esperar de uma ação por parte dos reclamantes em um processo como este, a alegação apresenta uma imagem unilateral e enganosa das atividades da Boeing e de seu conselho durante este período de tempo”, destacou o porta-voz.
Os advogados dos acionistas argumentam que conselho “se concentrou incansavelmente em monitorar e aumentar a produção do MAX” ao longo dos anos, conforme o processo, porém “não olhou para dentro e investigou” os dois acidentes, em parte pois carecia de uma forma organizada de fiscalizar questões de segurança dentro e fora da Boeing.
Notícias Relacionadas