O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou a jornalistas que acredita que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) proporcionará um salto de competitividade ”muito positivo e há muito tempo esperado para a indústria brasileira”.
A declaração foi dada na 14ª cúpula do G20, que ocorre em Osaka, no Japão neste ano. O Mercosul fechou o acordo com a UE na última sexta-feira (28).
Azevêdo projeta que haverá redução do custos de insumos, e também maior poder de competição para a exportação do Brasil.
“Haverá redução do custo de insumos, dos preços para o consumidor brasileiro, além de uma abertura do mercado europeu. Onde a partir de agora o exportador brasileiro poderá competir em igualdade de condições com todos os supridores europeus, e com países com os quais a UE tem acordos de preferência”, explicou Azevêdo.
Mercosul e União Europeia fecham acordo
O acordo do Mercosul com a União Europeia, feito em Bruxelas, formará uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Os dois blocos econômicos juntos representam cerca de 25% da economia mundial, e um mercado de 780 milhões de pessoas.
Conforme a “Agência Brasil”, em relação à quantidade de países vinculados ao acordo e a extensão territorial, o acordo entre o Mercosul e a UE só fica atrás do Tratado Continental Africano de Livre Comércio, que envolve 44 países da África e foi assinado em março deste ano.
Projeções do ministério da Economia indicam que o acordo deve representar uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em cerca de US$ 87,5 bilhões em 15 anos.
O montante pode subir para US$ 125 bilhões no mesmo período se forem considerados:
- a redução das barreiras não tarifárias;
- e o incremento esperado na produtividade.
Além disso, o investimento estrangeiro no Brasil, também no mesmo período, é estimado em US$ 113 bilhões. Com relação à exportação brasileira para a União Europeia, os ganhos devem chegar a quase US$ 100 bilhões até 2035.
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Acordo precisa ser ratificado
Apesar dos 20 anos transcorridos de negociação, o acordo ainda tem um longo caminho até entrar em vigor. Pois o mesmo precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
São 31 países envolvidos, nos quais o acordo deve ser aprovado por parlamentares e governos nacionais. A tramitação destas ramificações pelos países pode levar anos e enfrentar resistências.
No Brasil, o acordo do Mercosul com a UE será analisado pelos ministérios envolvidos e então enviado ao Congresso Nacional. O texto deverá ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.