O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, informou, nesta terça-feira (4), que acredita que o cenário político não é favorável para um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. No entanto, o diretor também recomenda que ambos blocos econômicos mantenham o foco no longo prazo para que a oportunidade não seja desperdiçada.
Em um evento online realizado pela ICC Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Azevêdo afirmou que o Brasil ainda precisa realizar mudanças para se inserir de maneira mais efetiva às cadeias globais de produção. Adicionalmente, o diretor da OMC destacou que o acordo entre o Mercosul e a UE dá “excelente oportunidade para se avançar nesse sentido”.
O diretor disse: “Com pandemia em curso, com a desaceleração tão dramática das economias, haverá pressões imagino que dos dois lados para evitar choques de oferta e demanda, sobretudo de oferta, muito fortes neste momento”.
Azevêdo enfatizou que durante os seus sete anos como diretor da instituição, aprendeu sobre as surpresas e reviravoltas que podem ocorrer no cenário político e econômico. “Podem aparecer imprevistos de todo lado, como pressões na área ambiental, por exemplo, ou na área de padrões trabalhistas, coisas que não estavam tão evidentes no radar”, disse ele. “Então eu não perderia o sentido de urgência, acho que essa seria a minha principal mensagem.”
Meio ambiente também está na pauta da OMC
Roberto Azevêdo aproveitou o espaço para indicar que a OMC também está levando o tema do meio ambiente em consideração para suas decisões. Isso se deve ao fato da questão ambiental “estar aí pra ficar” nas relações comerciais.
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“A questão ambiental está aí para ficar, não adianta ficar imaginando que é uma coisa circunstancial, conjuntural, isso vai mudar se a gente explicar melhor, não é isso”, afirmou o diretor da OMC. “Qualquer grande acordo mundial que vier no futuro eu acho que essa discussão vai estar sendo discutida, não tem como fugir dela.”