A companhia de energia renovável Oleoplan protocolou nesta quarta-feira (21) pedido na Comissão de Valores Mobiliares (CVM) para a realização de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla inglês).
Conforme prospecto preliminar, a produtora de biodiesel e geradora de energia elétrica pretende realizar uma oferta pública de distribuição primária, quando os recursos são destinados ao caixa da empresa; e secundária, na qual os acionistas da companhia vendem parte de suas fatias no negócio, de ações ordinárias. A venda será efetuada pelo acionista pessoa física Irineu Boff, controlador da Oleoplan.
A companhia informou que os recursos líquidos captados por meio da oferta primária serão destinados para:
- a aquisição de participação na Fasa;
- a construção de duas novas indústrias produtoras de biodiesel, localizadas nos estados de Rondônia e do Pará;
- a construção de novos armazéns de recebimento de matéria prima;
- a construção de duas plantas de refino de glicerina;
- o aumento de capacidade das plantas atuais;
- capital de giro para as operações atuais
A operação para listagem na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) será coordenada pelas seguintes instituições financeiras: Itaú BBA; XP; BTG Pactual (BPAC11); Bradesco BBI; UBS BB; Citi; Banco ABC (ABCB4).
Perfil da Oleoplan
O grupo foi fundado há mais de 40 anos pela família Boff e figura, desde 2014, entre os dois maiores produtores no mercado de biodiesel do Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os principais segmentos nos quais atua a Oleoplan são os de biodiesel e de extração, que combinados representaram R$ 2,586 bilhões (96,4%) e R$ 2,564 bilhões (96,3%) de sua receita líquida no intervalo de noves meses encerrado em setembro deste ano e no mesmo período de 2019, respectivamente.
A empresa opera de modo integrado e verticalizado na cadeia de processamento da soja e produção de biodiesel. Nesse sentido, a companhia de energias renováveis atua na prospecção, na armazenagem e no transporte dos grãos, no processamento da soja para a produção do óleo, do farelo e da lecitina. Com os óleos e gorduras de produção própria e/ou adquiridos de terceiros, a Oleoplan produz o biodiesel e a glicerina.
A empresa se posicionou, em 2019, como líder em volume vendido de biodiesel no mercado nacional, tendo contratada a venda de 608 milhões de litros, o que lhe rendeu uma participação de mercado de 10,1%, de acordo com dados da ANP.
Ainda conforme informações da agência, a Oleoplan é a segunda maior companhia do Brasil em capacidade instalada de produção de biodiesel, totalizando 936 milhões de litros por ano, e registra duas unidades industriais de esmagamento de soja capazes de processar 4.500 toneladas de soja por dia.
Resultados anteriores
Em 2019, a empresa de energias renováveis apresentou um receita operacional líquida de R$ 2,661 bilhões, ante um resultado de R$ 2,548 no ano anterior.
Já o lucro líquido saiu de um patamar de R$ 174,312 milhões em 2018 para R$ 205,829 milhões no ano seguinte. O O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em contrapartida, caiu de R$ 259,549 milhões em 2018 para R$ 222,909 no ano passado. Proporcionalmente, a margem Ebitda da Oleoplan registrou uma queda de 10,2% para 8,4%, na mesma base de comparação.