Venda de ativos não essenciais da Oi pode render até R$ 8 bilhões, diz diretor
Segundo o novo diretor de Operações da Oi (OIBR3; OIBR4), Rodrigo Abreu, com a venda de ativos não essenciais, incluindo imóveis, a arrecadação poderá alcançar aproximadamente entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões
O diretor-presidente da Oi, Eurico Teles, informou que na última semana foi vendido um imóvel pelo valor de R$ 120 milhões. Além disso, está sendo planejado a venda de outros três que poderiam arrecadar cerca de R$ 450 milhões.
A operadora que está em recuperação judicial, desde 2016, estima uma arrecadação de R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões somente com a venda de imóveis.
“Vendemos esta semana [o prédio] na Rua General Polidoro 99 [no Rio de Janeiro] por R$ 120 milhões”, disse Teles. De acordo com o presidente, os outros três imóveis estão localizados:
- Rio de Janeiro
- Brasília
- Salvador.
Os ativos não essenciais que deverão ser vendidos são:
- centros de dados
- torres de telefonia móvel
- parte da estrutura
A operadora também conta com a entrada de R$ 3 bilhões em créditos de PIS/Confis. Além disso, a Oi estuda viabilizar cerca de R$ 2,5 bilhões em emissão de dívidas. Conforme o documento da recuperação judicial aprovado em 2017, o valor da emissão de dívidas poderá se somar com os R$ 2 bilhões em financiamentos que são oferecidos para a aquisição de equipamentos.
A Oi estuda se desfazer ainda este ano de sua participação acionária de 25% no capital da operadora angolana Unitel. Abreu informou que esses recursos serão utilizados no investimento da expansão da fibra óptica até a casa do cliente (FTTH).
“No fim de 2018, nós tínhamos algumas dezenas de milhares de clientes de FTTH e já estamos atingindo quase 500 mil clientes de fibra, e este número ainda vai crescer bastante até o fim do ano”, ressaltou o novo diretor.
Esse investimento proporcionará a contratação de quase 5 milhões de domicílios. Trata-se de um aumento quando comparado com projeção divulgada em julho de 4,6 milhões de lares.
Oi não venderá operação de telefonia móvel no curto prazo
Abreu afirmou na última quarta-feira (2) em entrevista ao jornal “Valor Econômico” que não planeja se desfazer de sua operação de telefonia móvel a curto prazo. De acordo com o executivo, a Oi não considera a possibilidade de vender a rede móvel para financiar suas dívidas.
“Vamos imaginar que, por acaso, isso [venda da operação móvel para cobrir as necessidades imediatas de financiamento] acontecesse. Não se consegue fazer um processo [desse tipo] em alguns meses. Você tem processos regulatórios, concorrenciais, legais. Não existe essa possibilidade de curtíssimo prazo”, afirmou Abreu.
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Em contrapartida, o diretor de operações não negou a possibilidade de que a venda ocorra futuramente.
“Um dos pontos positivos do nosso plano é que temos também essa opção de futuro, de analisar se essa seria uma opção que poderia gerar valor para a companhia com o valor correto se existisse uma oferta”, ressaltou o executivo da Oi.