Os diretores da Oi (OIBR3) estão receosos com o desenrolar da venda dos ativos móveis para as concorrentes TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, bem como com as consequências que a não aprovação pelos órgãos reguladores pode desencadear na venda de outros ativos. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
Na análise do Grupo Oi, os entraves podem resultar na desistência do BTG Pactual (BPAC11) na compra de negócio de fibra ótica da operadora, a V.tal. Isso porque, se a companhia não vender seus ativos móveis, ela pode “quebrar” e a Oi é a principal cliente da V.tal, respondendo por mais de 70% das receitas.
Cerca de 58% da V.tal pertence a fundos geridos pelo banco BTG, que pagaram R$ 12,9 milhões em um leilão realizado com a Oi em julho do ano passado. A compra já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda falta o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Entretanto, é justamente essa última reguladora que tem deixado os diretores inquietos. Isso porque a Anatel pode anular a aprovação da venda dos ativos móveis da Oi para as concorrentes. Ainda de acordo com jornal, a decisão da última terça-feira (1º) pode não ter validade legal. Ou seja, a compra de R$ 16,5 bilhões deve ser considerada nula.
A Anatel ainda não estabeleceu uma data para o Conselho Diretor se reunir sobre a revisão da venda da Oi Móvel. Mas, de acordo com informações do veículo, o processo irá atrasar e pode ser concluído somente depois do primeiro trimestre de 2022 — inviabilizando portanto o prazo marcado pela Justiça do Rio de Janeiro para encerrar a recuperação judicial da empresa.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica ainda vai concluir a análise da negociação. Fontes ouvidas pelo jornal afirmam que as empresas de telecomunicações já mandaram uma nova proposta ao órgão, para tentar impedir que o negócio seja rejeitado.
Última cotação da Oi
Na última sessão, segunda-feira (7), a Oi encerrou o pregão em forte queda de 10,38%, negociada a R$ 0,95.