Os especialistas do UBS-BB derrubaram o preço-alvo das ações da Oi (OIBR3) para os próximos doze meses em 78%, de R$ 6 para R$ 1,35. Em relatório publicado no domingo (22), o banco afirmou que as novidades após o fim da recuperação judicial não foram tão favoráveis para a empresa telefônica e mantiveram a recomendação neutra do papel.
Os especialistas Leonardo Olmos, Andre Salles e Lucas Chaves argumentaram que os seguintes fatores não se moveram de forma favorável para as ações da Oi:
- Fim da recuperação judicial da Oi com uma dívida bruta de R$ 22 bilhões;
- Alavancagem acima de 10x Dívida Líquida/Ebitda;
- Falta de acordo definitivo com os credores quanto à renegociação da dívida.
“Além disso, há uma disputa com as grandes empresas de telecomunicação, que reivindicam R$ 3,5 bilhões como um ajuste pós-fechamento da avaliação do negócio de telefonia móvel da Oi“, ponderou o time do UBS-BB.
De acordo com o banco, as ações da companhia caíram 77% nos últimos seis meses, mas a operação é negociada a 15 vezes do valor da empresa (EV)/Ebitda, em especial pela participação positiva da Oi na V.tal.
“Ficamos à margem e baixamos nosso preço-alvo para R$ 1,35, de R$ 6 (-78%), no aumento da alavancagem e na dificuldade de melhorá-la apenas com geração de fluxo de caixa“, destacou o UBS-BB.
Oi e V.tal – Sucesso (ou não?)
A V.tal, que é vista pelo mercado como a “mina de ouro” da Oi, animou os especialistas do UBS-BB. Eles aumentaram as estimativas sobre o negócio e esperam R$ 2,5 bilhões de Ebitda neste ano, com margem de 40%. Antes, a projeção era de R$ 1,5 bilhão e margem de 30%.
Porém, os benefícios na V.tal deixam dois pontos negativos na ex-gigante da telecomunicação: o adiamento de um possível IPO da subsidiária, o que atrasa a capacidade de monetização da Oi, e trâmites regulatórios que tornam improvável uma redução da participação societária da “empresa-mãe”.
De acordo com o Status Invest, por volta do 12h30, as ações da Oi eram negociadas em alta de 3,88%, ao preço de R$ 1,34.