O consórcio formado por TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro pode retomar a liderança da disputa pelos ativos da operação móvel da Oi (OIBR3). Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, isso aconteceria caso o direito de exclusividade nas negociações dado pela Oi à Highline, que expira na próxima segunda-feira (3), não for renovado.
Na última sexta-feira (31), o jornal “O Globo” informou que a Highline desistiria das negociações e não cobriria a contra-oferta do consórcio pelos ativos da Oi, de R$ 16,5 bilhões.
Em recuperação judicial desde junho de 2016, a Oi avalia suas redes de telefonia e internet móveis, que contemplam 33,9 milhões de clientes, em cerca de R$ 15 bilhões. A primeira oferta de TIM, Vivo e Claro, em meados de julho, ultrapassou esse valor, atingindo R$ 15,1 bilhões.
Posteriormente, a Highline, controlada pela estadunidense Digital Colony — que atua no ramo de telecomunicações e infraestrutura –, cobriu a oferta com um valor não divulgado. Essa foi a última oferta da Highline antes da proposta de R$ 16,5 bilhões do consórcio, a qual a Oi considera com “condições financeiras mais vantajosas”, segundo um comunicado oficial.
No entanto, segundo “O Estado de S.Paulo”, nos bastidores não é descartada nenhuma outra movimentação nas negociações, embora haja a percepção de que o lance da Highline é “bom o bastante” para ser aceito. A norte-americana poderia ser escolhida mesmo com uma oferta menor, já que a aceitação da proposta não levará em consideração apenas o valor colocado na mesa.
De acordo com a Oi, a direção da companhia pode aceitar a segunda melhor proposta, desde que o preço ofertado seja até 5% inferior em comparação à maior oferta. Teria de ser apresentada uma “justificativa fundamentada” para tal.
Em teoria, caso a norte-americana fosse a escolhida, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderia aprovar o negócio sem demasiadas restrições, uma vez que toda a operação móvel da Oi não ficaria concentrada em apenas três agentes que já atuam no Brasil.
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No entanto, a Highline ainda não opera no mercado brasileiro, portanto não possui experiência no negócio de telefonia e internet móvel do País para o consumidor final. Além disso, contaria com uma infraestrutura apenas embrionária dos ativos da Oi.