Oi (OIBR3): Aquisição de ativos móveis por concorrentes pode elevar preços, diz parecer
A aquisição dos ativos móveis da Oi (OIBR3) pela TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro terá como consequência o aumento nos preços dos serviços e a redução nos investimentos, conforme apontou o parecer de ex-membros do Cade encomendado pela Neo, associação de 180 provedores regionais à internet. A compra do consórcio, por R$ 16,5 bilhões, ainda está em análise no Cade e Anatel.
O parecer da Neo analisa resultados de estudos sobre as consequências de aquisições de operadoras pelas concorrentes no exterior. A pesquisa diz que a qualidade de serviço é afetada e há uma redução de investimentos em infraestrutura após os ativos serem incorporados.
O documento foi divulgado por meio de uma live com a imprensa realizado na terça-feira (6). O advogado da Neo, Ademir Pereira, disse que a redução de quatro grandes operadoras para três irá trazer sim uma redução de investimentos, uma vez que as operações semelhantes no mundo deram este resultado.
Por sua vez, durante o evento, o Presidente da Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), Luiz Herinque Barbosa afirmou que a intenção da entidade não é barrar a aquisição da Oi pelo consórcio, mas apontar um cenário negativo caso a operação seja aprovada sem restrições.
Como solução, as entidades propõem que a venda dos ativos móveis da Oi ocorra de forma fatiada, de forma que pulverize o poder de mercado da operadora. Portanto, TIM, Vivo e Claro poderiam adquirir uma fatia menor do negócio de telefonia da tele em recuperação judicial.
A TelComp, Neo e Instituto Brasilerio de Defesa do Consumidor (Idec) não descartam a possibilidade de recorrerem à Justiça caso a operação seja aprovada em um formato que prejudique a competição.
Última cotação da Oi
Na última sessão, terça-feira (6), a Oi encerrou o pregão em queda de 0,63%, negociado a R$ 1,58.