O empresário Nelson Tanure está fazendo uma movimentação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para dificultar a aprovação da venda da operação móvel da Oi para o consórcio que inclui TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, o que tem irritado o governo, segundo coluna do jornal O Globo.
O principal incômodo do governo, de acordo com a publicação, é com a pressão feita por intermediários do empresário sobre conselheiros do Cade. Nelson Tanure é dono da Sercomtel/Copel.
Na quarta-feira, o Tribunal do Cade vai discutir a venda dos ativos móveis da Oi para o grupo de empresas. Por lei, o órgão tem um prazo definido para avaliar uma operação – nesse caso, termina no dia 15.
Operação com a Oi pode sofrer restrições
Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S.Paulo, integrantes do Cade querem que a Vivo, a Claro e a TIM vendam parte dos ativos móveis comprados da Oi para dar aval à operação.
Parte do tribunal, que analisará o processo na semana que vem, entende que, sem a venda de infraestrutura, a operação poderá ser reprovada pelo conselho.
A compra da Oi Móvel pelo consórcio, um negócio de R$ 16,5 bilhões, foi feita em dezembro de 2020 depois de um longo processo de recuperação judicial.
No Cade, o entendimento de alguns conselheiros é que, como está, o negócio cria um “triopólio”, com o mercado dividido igualmente entre três grandes empresas. Isso reduziria os incentivos para que elas concorressem entre si.
Em novembro do ano passado, a área do Cade responsável por fazer a análise inicial de fusões e aquisições recomendou a aprovação do negócio com a Oi, desde que fosse assinado um acordo prevendo o compartilhamento de redes, aluguel de espectro de radiofrequência, contratos de roaming e oferta de pacotes de voz e dados para operadores virtuais.