A Ligga, empresa de telecomunicações ligada ao empresário Nelson Tanure, foi a única a apresentar uma proposta de aquisição inteira da Oi Fibra, a operação de banda larga da Oi (OIBR3), levada a leilão nesta quarta-feira (17). A Vero e a Brasil Tecpar também estavam habilitadas a participar do certame, mas não deram lances.
A Ligga propôs a aquisição integral do ativo pelo valor de R$ 1,03 bilhão, significativamente abaixo do mínimo de R$ 7,3 bilhões que a Oi esperava receber pelo ativo. Os recursos obtidos na oferta serão usados para pagamento de dívidas, conforme previsto do seu plano de recuperação judicial.
Com isso, a audiência do leilão foi suspensa. Agora, a proposta será encaminhada pelos administradores judiciais para os credores analisarem e decidirem se aceitam o valor oferecido pela Ligga.
Caso a resposta seja não, a Oi Fibra vai parar nas mãos da V.tal, empresa de infraestrutura de fibra ótica que, antecipadamente, firmou compromisso com a Oi de arrematar o ativo sem ninguém mais o fizer.
Com Estadão Conteúdo
Ligga entrou ‘atrasada’ na disputa
A Ligga Telecom, empresa controlada pelo Fundo Bourdeaux, de Nelson Tanure, recebeu no início do mês de julho a aprovação da Justiça para participar do leilão da banda larga da Oi (OIBR3).
A ClienteCo, que diz respeito ao braço de banda larga da Oi, empresa em recuperação judicial, tem uma carteira de quatro milhões de clientes de fibra óptica.
O prazo de habilitação para participar do leilão já havia se encerrado. No entanto, a Justiça aceitou os argumentos da Ligga Telecom para reabrir a inscrição. Tal decisão prorrogou o prazo por 48 horas, para que outros possíveis interessados também demonstrem seu interesse no processo.
No pedido, a empresa afirmou que sua participação na disputa promoveria uma maior competitividade no processo de alienação, em benefício da companhia e de seus credores.
A Vero, da Vinci Partners, e a Brasil Tecpar já estavam habilitadas para participar do leilão da Oi, que ocorreu nesta quarta-feira (17) pela sétima Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio.
Vale lembrar que Nelson Tanure já chegou a ser um dos principais acionistas da Oi, mas deixou a empresa durante o primeiro processo de recuperação judicial.
Esta, portanto, é a segunda recuperação judicial da Oi, que colocou à venda a ClienteCo e a V.Tal, empresa de rede neutra de telecomunicações.