Os resultados do segundo trimestre de 2022 da Oi (OIBR3) foram considerados mistos pela Genial Investimentos. Analistas veem perspectivas de melhora nos próximos balanços.
“Por um lado, observamos um aumento da receita da Oi, propiciada pela expansão da fibra e da Oi Soluções, juntamente com a contribuição da SEREDE. Mas os custos superaram nossas estimativas, o que comprimiu as margens”, diz o relatório da Genial.
A desvalorização cambial impactou de modo significativo o resultado financeiro, de acordo com o analista Gabriel Tinem, da Genial Investimentos, que provocou mais prejuízos para a companhia.
“Mesmo assim, avaliamos como algo extremamente positivo a conclusão das vendas dos ativos móveis, bem como do controle da InfraCo, o que possibilitou à companhia o pagamento de parte de suas dívidas e o encaminhamento para sua saída da Recuperação Judicial”, afirmou o analista, em relatório.
Receita e custos da Oi
A receita total foi de R$ 2,8 bilhões, uma queda de 37,3% ante o 1T22 e -36,9% nos últimos 12 meses. O resultado é decorrente da conclusão das vendas da Oi Móvel, assim como do controle da V.tal.
O analista ressalta que as operações continuadas, que integram de fato o core business da Oi, somaram R$ 2,2 bilhões, alta de 1% na comparação anual e 5,3% contra o trimestre anterior.
O destaque foi para a linha “Subsidiárias e outras” que totalizou R$ 92 milhões no 2T22, devido aos serviços prestados a partir de junho à V.tal, “tendo em vista que os serviços da SEREDE, responsável pela construção e manutenção, passaram a ser reconhecidos como uma receita da Oi, gerando essa diferença mais nítida.”
As linhas de Fibra e da Oi Soluções tiveram crescimento tanto trimestral quanto no ano.
A Oi Soluções somou R$ 686 milhões no 2T22, com contribuição das suas 3 linhas principais, de acordo com o relatório:
- Há tendência de recuperação no segmento “Telecom”, de forma mais lenta, uma vez que é sujeita a mais volatilidade, impactada sobretudo pelo cenário macroeconômico mais desafiador;
- Similarmente, o “não-core” é impactado negativamente; e
- A parte TIC é suportada por ações de médio prazo, como a evolução do mix de produtos, portfólio para oferecimento de serviços de maior valor e maiores exposições ao mercado digital.
“Os destaques ficaram para serviços de gerenciamento dos negócios de clientes e de gestão de infra de rede, além de suportes profissionais e soluções para comunicação unificada”, afirma o analista.
Os custos do segundo trimestre da Oi também trouxeram impacto para os resultados, com o total de R$ 2,4 bilhões, queda de 23,3% sobre mesmo período do ano passado, repercutindo de forma similar à alienação dos ativos.
Nos custos Brasil, a linha que diferiu das estimativas da Genial foi a de Contingências, Tributos e Outros. Houve um crédito de R$ 144 milhões no trimestre, após a redução nas provisões para o pagamento do Fistel (taxa regulatória da Anatel), com a venda da parte móvel da empresa, o que deixou, por consequência, de existir após a venda do ativo.
“De forma geral, as demais linhas tiveram impactos em maior ou menor grau da situação macroeconômica, com questões inflacionárias e necessidade de reajustes dentro da estratégia de gastos, com efeitos mais significativos em pessoal”, aponta o texto.
Oi: recomendação é de compra
A Genial Investimentos lembrou uma série de eventos relevantes no segundo trimestre da Oi. Confira:
- Venda da Oi Móvel e controle da InfraCo: ao longo do 2T22 houve a conclusão da venda dos principais ativos da companhia, o que causou uma importante entrada de caixa utilizada para sanar parte das dívidas da companhia.
- Riscos para o negócio da venda da Oi Móvel, explicados aqui;
- Venda da Oi TV para Sky, acordo da venda de acessos de TV por assinatura por satélite (DTH) da Oi TV. A proposta da Sky totalizou R$ 786 milhões, com valor a ser pago em duas parcelas com aprovação do Cade, mas o Juízo da recuperação judicial também precisa autorizar a venda e ainda não deu seu veredito.
- Possível venda de sites de infraestrutura de operação fixa entre a Oi e a Highline.
A Genial Investimentos reitera a recomendação de compra das ações da Oi, ao preço alvo de R$ 1,10.