A redução do prejuízo da Oi (OIBR3) em 97,2% não foi o suficiente para mudar a ideia dos analistas da Genial Investimentos.
Conforme avaliam os analistas Antonio Cozman e Iago Souza, a OIBR3 revelou mais um desempenho fraco, abaixo das expectativas.
“A empresa demonstrou uma evolução fraca dos seus números operacionais, registrou uma queima significativa de caixa operacional e continua a enfrentar uma dívida considerável”, afirmam.
Segundo o relatório oficial da Oi, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 97,2% em relação ao prejuízo de R$ 17,149 bilhões ao mesmo intervalo de 2022.
Além disso, o prejuízo líquido da Oi em 2023 somou R$ 5,428 bilhões, queda de 71,8% em relação às perdas de R$ 19,266 bilhões registradas em 2022.
“Embora haja progresso no processo de recuperação judicial da empresa, permanecemos pessimistas em relação ao seu futuro”, disseram os analistas.
No mesmo tom, a research manteve a recomendação de venda para as ações da Oi, com um preço-alvo de R$ 0,60.
Genial avalia negativamente os resultados da Oi
A receita líquida da Oi no trimestre foi de R$ 2,3 bilhões, uma queda nas comparações trimestral e anual.
O resultado foi atribuído em maioria à diminuição acentuada nos serviços não core, que englobam receitas de serviços antigos, atacado, TV via satélite e subsidiárias, sendo parcialmente compensada pelo desempenho das receitas da Oi Fibra e das Tecnologias da Informação e Comunicação na Oi Soluções.
As receitas dos serviços principais, Oi Fibra e Oi Soluções, representam mais de 70% do total da receita da Nova Oi.
Além disso, o Ebitda teve um aumento de 5,1% no ano, influenciado pelo efeito da reversão de valores relacionados a impostos sobre receita no 4T22.
“Se esse efeito for excluído, o desempenho anual mostraria uma diminuição de 10,7% em relação ao mesmo período de 2022”, ressaltam os especialistas.
Prejuízo e dívidas da OIBR3
Além da redução de 97,2% no prejuízo da Oi ante o mesmo trimestre de 2022, a comparação anual, a principal diferença foram os itens não recorrentes, que totalizaram R$ -14,7 bilhões no quarto trimestre de 2022.
Além disso, os analistas mantiveram a posição de que o desempenho negativo foi comepnsado parcialmente pelor ações eficieentes no Capex (despesas de capital).
Por fim, a dívida bruta atingiu R$25,5 bilhões, registrando um aumento de 14,3% na comparação anual e de 1,1%, na trimestral. O aumento anual, segundo a companhia, se deu na captação da primeira parcela do financiamento DIP no 2T23 e ao reconhecimento de juros sobre as dívidas no período.
“Em comparação trimestral, a dívida da Oi permaneceu estável, pois os juros das dívidas foram parcialmente compensados pela valorização do real durante o período”, disseram os analistas.